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Itália: convocada greve geral contra ajuste fiscal de Berlusconi

O maior sindicato da Itália, a Confederação Geral do Trabalho (CGIL), convocou nesta segunda-feira (23) uma greve geral em protesto contra as medidas de austeridade adotadas pelo governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

Em comunicado à opinião pública, a central fez um apelo aos filiados para tomar as principais ruas desta capital e de outras cidades do país no próximo 6 de setembro.

Epicentro

A greve foi decidia após dois encontros recentes do Executivo com líderes sindicais e movimentos sociais, realizados como parte das consultas para aplicar reformas econômicas em uma tentativa de acalmar a incerteza dos mercados.

Segundo a CGIL, o epicentro do protesto terá lugar em frente à sede da Câmara de Deputados, que em meados de setembro deverá sancionar o último plano de corte orçamentário, aprovado em tempo recorde pelo governo duas semanas atrás.

Privatização

A privatização de empresas estatais faz parte de um conjunto de novas medidas contidas no citado projeto, que redundaria numa economia de 45 bilhões de euros, que deverão ser usados para o pagamento da dívida pública, embora sob o pretexto de alcançar um equilíbrio econômico em 2013.

Entre outras reformas, o gabinete também propôs congelar salários dos servidores públicos, reduzir os fundos das entidades estatais e impor o pagamento de uma taxa sobre os depósitos bancários de até 1.100 euros para as contas superiores a 500 mil euros.

Grande dívida

Caso seja aprovado no Parlamento, o novo plano de ajuste vai se somar a um outro, já definido em julho último, com cortes no valor de 80 bilhões de euros.

Partidos opositores criticam o governo de Berlusconi pela pouca clareza do gabinete sobre a maneira de recuperar as finanças públicas no meio do afundamento da confiança das casas de créditos.

A grande dívida da terceira economia da Eurozona, que ronda 120% do Produto Interno Bruto, gera especulação nos mercados, temerosos de um resgate externo, tal como sucedeu na Grécia, Irlanda e Portugal. E, como nesses três casos, a conta da crise da dívida está sendo cobrada da classe trabalhadora, que promete responder com a greve geral convocada para 6 de setembro.

Fonte: Prensa Latina