Pautas prioritárias para o país são apontadas por Jô Moraes

Para ela, o Congresso deve apoiar qualquer iniciativa que leve ao rebaixamento da Selic (a taxa básica de juros da economia), seja até mesmo de 0,5% ou de 1%. “Pois a conseqüência desta medida seria a sobra de recursos fundamentais para tirar dos gastos que a União tem com o pagamento das dívidas, sobretudo em relação à taxa de juros para que o Brasil continue a se desenvolver.

Jô Moraes recorreu às últimas declarações da presidente Dilma Rousseff para lastrear seu ponto de vista: “A proposta da presidente Dilma foi bem clara, ela quer continuar a perspectiva da construção de um desenvolvimento que tenha como eixo o combate à miséria, o que ela chama de faxina contra a pobreza”.

Voz das ruas

Entre os pontos elencados pela parlamentar da pauta que vem dos movimentos sociais, dos trabalhadores estão: a votação da Emenda 29, que garante mais recursos para o setor da Saúde; a defesa do SUS e as demandas dos camponeses.

“ Das ruas, nós escutamos uma proposta de pauta clara, tanto do movimento que se realizou no Salão Branco desta Casa, com a presença de110 entidades e de mais de 300 militantes sociais em defesa do SUS, quanto da Via Campesina, que ocupou toda a Esplanada e que trouxe uma pauta muito específica para eles. No caso da Via Campesina, há uma preocupação com a situação emergencial do campo. Em torno de 60 mil famílias ainda estão acampadas e é necessária uma resposta imediata”, destacou.

A deputada ponderou, contudo que, sem uma alteração na política macroeconômica não haverá recursos disponíveis para o enfrentamento das demandas e gargalos na saúde, habitação, e em vários outros segmentos, como os do campo.

Discurso

Eis a íntegra do pronunciamento da deputada federal Jô Moraes:

“Senhora presidente, deputada Rose de Freitas, caros deputados, queridas deputadas, nós estamos em um momento em que o grande desafio do nosso País é construir uma pauta que corresponda à demanda interna, que é continuar no desenvolvimento, mas que isso se faça dentro desse contexto de crise internacional porque, evidentemente, nós não somos uma ilha e temos que estar atentos à crise dos Estados Unidos e à crise da União Européia.

Qual é a preocupação central? A proposta da presidente Dilma foi bem clara, ela quer continuar a perspectiva da construção de um desenvolvimento que tenha como eixo o combate à miséria, o que ela chama de faxina contra a pobreza.

Esta Casa, nos últimos dias, tem insistido em focar em algumas medidas que têm uma pauta fundamental que são as preocupações com questões sociais, particularmente a da saúde, em torno da votação da regulamentação da Emenda 29.

Das ruas, nós escutamos uma proposta de pauta clara, tanto do movimento que se realizou no Salão Branco nesta Casa, com a presença de110 entidades e de mais de 300 militantes sociais em defesa do SUS, quanto da Via Campesina, que ocupou toda a Esplanada e que trouxe uma pauta muito específica para eles.

No caso da Via Campesina, há uma preocupação com a situação emergencial do campo. Em torno de 60 mil famílias ainda estão acampadas e é necessária uma resposta imediata.
Também do ponto de vista dos trabalhadores do campo, é necessário resolver os problemas da dívida da agricultura familiar, da dívida vencida. E é preciso, sobretudo, ampliar o orçamento do INCRA, que responda às desapropriações para responder aos problemas dos acampamentos.

Mas nós temos consciência clara nesta Casa de que, se nós não fizermos uma alteração na política macroeconômica, nós não teremos recursos disponíveis para enfrentar os problemas na saúde, na habitação, em várias questões, sobretudo nas dificuldades do desenvolvimento no campo.

Por isso que eu considero que esta Casa deve pautar, sem dúvida nenhuma, e apoiar qualquer iniciativa que leve ao rebaixamento da taxa de juros que, sem dúvida nenhuma, meio por cento, 1 por cento sobrariam recursos fundamentais para tirar dos gastos que a União tem com o pagamento da dívida, sobretudo em relação à taxa de juros, o que necessita as demandas sociais deste País.

Era essa a pauta que nós deveríamos tratar, Senhora Presidente.”

De Belo Horizonte,
Graça Borges