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Tropas da Otan participam de operações terrestres na Líbia

As forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estão participando nas buscas do líder líbio Muamar Kadafi, que continua em paradeiro desconhecido, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox.

Em declarações à emissora Sky News, o ministro britânico confirmou que a Otan "está fornecendo recursos de inteligência e de reconhecimento ao Conselho Nacional de Transição líbio (CNT, órgão político da oposição armada líbia) para ajudá-lo a encontrar Kadafi".

Embora em outra entrevista, à emissora britânica BBC Radio 4, Fox tenha negado que o Reino Unido planeje enviar soldados à Líbia, admitiu o envolvimento direto na agressão ao país norte-africano, e disse que a missão britânica "não terminou", já que ainda há "focos de resistência bastante violentos no sul de Trípoli, em Sirte e em outras partes do país".

O jornal britânico "The Daily Telegraph" indica nesta quinta-feira que soldados das Forças Especiais Britânicas (SAS, na sigla em inglês) vestidos como civis líbios e armados como os “rebeldes” estavam fazendo buscas a Kadafi na Líbia por ordem de Cameron.

Segundo fontes do jornal, as SAS estão operando no país norte-africano há semanas, mas um porta-voz do Ministério da Defesa britânico disse que sua pasta nunca se pronuncia sobre as operações dessas forças especiais.

"A Otan esteve ontem à noite mais ativa do que esteve nos últimos dias, e o Reino Unido estava entre os países que participaram das operações contra os vestígios do regime (de Kadafi)", declarou o ministro.

Segundo um porta-voz do primeiro-ministro britânico, David Cameron, o Reino Unido continuará manifestando apoio à Líbia. "Apoiamos a Líbia com firmeza desde que começou o levante há seis meses e continuaremos liderando os esforços internacionais para ajudá-los a conseguir suas aspirações nas próximas semanas e meses".

Na quarta-feira, a rede de televisão norte-americana CNN informou que forças especiais do Reino Unido, França, Jordânia e Qatar estariam em terra em várias partes da Líbia ajudando a oposição armada a avançar sobre as forças de Kadafi.

A emissora, que cita uma fonte anônima da Otan, disse que as tropas estrangeiras em solo ampliaram suas operações em Trípoli e em outras cidades para ajudar na ofensiva final contra o governo do líder líbio.

A presença de tropas da Otan contraria a missão inicial das forças desse pacto agressivo autorizada pela ONU, que consistia em assegurar a “zona de exclusão aérea”, com a finalidade de “proteger civis”.

"Conferência de amigos"

Por seu turno, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o líder do CNT, Mahmoud Jibril, analisaram na quarta-feira (24) em Paris o futuro da “Líbia sem Kadafi”, para o que se pediram ajuda mútua e senso de responsabilidade.

Eles destacaram que as bases dessa nova etapa começarão a ser lançadas no próximo 1º de setembro na “conferência de amigos da Líbia”, na qual espera-se que o CNT "diga ao mundo quais são suas necessidades".

O presidente francês mencionou o Brasil entre os países que poderão participar da conferência, mas o Itamaraty ainda não confirmou presença. O Brasil não quer que o chamado “grupo de contato sobre a Líbia” substitua os órgãos multilaterais, sobretudo o Conselho de Segurança da ONU.

O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, falou por telefone com seus colegas da China e da Rússia. Segundo o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, foi encontrado um “denominador comum”. “Há nuances no que tange à questão da Líbia, mas os países gostaram de se consultar e perceberam concordâncias sobre o pós-reconstrução”, disse o diplomata.

Com agências