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UA só reconhecerá CNT após formação de governo representativo

A União Africana só reconhecerá os rebeldes do CNT (Conselho Nacional de Transição) da Líbia se o grupo se comprometer claramente a formar um governo que seja, sem exclusões, representativo para todos os líbios, afirmou nesta segunda-feira (29) o presidente da Comissão da UA, Jean Ping.

Em entrevista coletiva, Ping precisou que um governo "inclusivo" não significa que [o líder líbio Muamar] Kadafi deva estar incluído. A UA acredita que, como o regime de Kadafi terminou, a luta dos rebeldes, especialmente em Sirte (cidadenatal do líder líbio), é desnecessária e unicamente serve para prolongar o sofrimento dos líbios.

"Kadafi deveria compreender a situação e o CNT também não deveria continuar [lutando]. Ambas partes deveriam pôr fim aos assassinatos porque agora são inúteis. Um bando foi derrotado e outro ganhou", disse Ping na sede da União Africana em Adis-Abeba.

"Agora – prosseguiu -, temos que pensar na transição, na reconciliação e nos preparativos para uma nova Constituição".

Ping também criticou as potências ocidentais por ter ignorado o plano de paz da UA para acabar com o conflito líbio, que inclui o cessar-fogo, a abertura de um diálogo entre as partes e a instauração de um período de transição seguido de eleições democráticas.

"No entanto, a UA está disposta a trabalhar com todo o mundo, inclusive com a Otan", acrescentou o responsável da organização continental.

Na sexta-feira passada, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana concluiu uma reunião de urgência sem dar seu reconhecimento ao CNT enquanto o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, duvidou dos rebeldes líbios.

Zuma, cabeça do setor da UA que se nega a reconhecer o CNT, assegurou que os países africanos que tinham outorgado legitimidade aos rebeldes líbios, como a Nigéria e Etiópia, "fizeram baseados em sua política de soberania e interesse".

Fonte: Ópera Mundi