Sem categoria

Médicos distribuem pizza em protesto por baixa remuneração

Os médicos da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (Sogesp) distribuíram, hoje (1º), pizzas durante o 16º Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia para protestar contra o valor médio pago por uma consulta pelos planos de saúde – cerca de R$ 30. Segundo eles, o valor é insuficente para comprar uma pizza.

Nesta quinta-feira, ginecologistas e obstetras suspenderam o atendimento a pacientes de planos de saúde. A estimativa da entidade é que pelo menos 90% dos médicos dessa especialidade, no Estado, tenham deixado de atender. Os atendimentos de urgência e emergência estão garantidos.

A categoria reivindica que os convênios repassem  R$ 80 por consulta, garantam mais autonomia no atendimento e incluam a Classificação Brasileira Hierarquizada dos Procedimentos Médicos (CBHPM), que são os procedimentos previstos para os ginecologistas e obstetras.

“A Sogesp é pioneira nessa luta pela valorização da profissional. Estamos tentando negociar com as operadoras desde outubro. Algumas delas apresentaram propostas, mas nenhuma fechou acordo até agora”, afirmou Maria Rita de Souza Mesquita, coordenadora da Comissão de Valorização Profissional da Sogesp.

Segundo a Sogesp, novas ações devem ser programadas para que as operadoras decidam negociar. O protesto é promovido pela Comissão Estadual de Mobilização Médica para a Saúde Suplementar

Durante todo o mês de setembro outras especialidades também devem aderir à paralisação. Os médicos deverão interromper o atendimento inicialmente a pacientes dos planos Ameplan, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Intermédica, Notredame e Volkswagen, conforme divulgou a nota da comissão composta pela Associação Paulista de Medicina (APM), Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Sindicatos dos Médicos, Academia e Sociedades de Especialidades.

Inicialmente, 12 planos de saúde seriam alvo das manifestações. Mas um grupo de empresas se mostrou aberta ao diálogo. Outras, apresentaram propostas classificadas como "insuficientes”. Elas terão um mês para a readequação de propostas. Caso não haja acordo satisfatório, essas empresas entrarão no rodízio de suspensão do atendimento na próxima fase do movimento, em outubro.

A Federação Nacional de Saúde Complementar (FenaSaúde), que representa 15 operadoras de planos de saúde, disse que participa dos debates sobre a remuneração e que suas afiliadas estão entre as empresas que pagam os maiores valores aos médicos.

Outra entidade representativa, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), emitiu nota afirmando que não participa das decisões sobre a remuneração dos médicos e que a negociação entre a categoria e os planos de saúde é livre. A Abramge disse que aceita a manifestação desde que não prejudique o atendimento aos beneficiários dos planos.

Atendimentos suspensos:

De 1 a 3 de setembro – ginecologia e obstetrícia
De 3 a 6 de setembro – dermatologia
De 8 a 10 de setembro – otorrinolaringologia
De 14 a 16 de setembro – pediatria
De 16 a 19 de setembro – cardiologia
De 19 e 20 de setembro – ortopedia e traumatologia
De 21 a 23 de setembro – pneumologia
De 28 a 30 de setembro – cirurgia plástica

Fonte: G1