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Romênia, Polônia e Lituânia devem explicar presença da CIA

O comissário de Direitos Humanos do Conselho da Europa, Thomas Hammarberg, convocou nesta segunda-feira a Polônia, a Romênia e a Lituânia a darem explicações sobre a existência de centros de torturas da CIA em seus territórios.

Segundo Hammarberg, a CIA utilizou três centros de detenção de segurança máxima para realizar abusos e torturas contra supostos terroristas. Nestes centros ilegais eram realizados interrogatórios com técnicas de tortura.

Até o momento foi comprovada a existência de prisões ilegais em ao menos sete locais diferentes no mundo, afirmou Hammarberg em sua "Caderneta de Direitos Humanos" divulgada em Estrasburgo.

Os detidos levados em voos secretos da CIA eram completamente isolados e submetidos a duros "interrogatórios", que incluíam o uso reiterado da simulação de afogamento, prática de tortura mais conhecida pelo termo inglês "Waterboarding".

"Uma parte destas atividades com graves consequências para os direitos humanos ocorre em países europeus", lamentou Hammarberg.

Com base em documentos desclassificados, investigadores independentes identificaram três prisões ilegais na Europa. A primeira foi aberta pela CIA na Polônia no dia 5 de dezembro de 2002.

Os serviços de inteligência poloneses não participaram dos interrogatórios, mas "é evidente que os líderes políticos concederam autorização e que, de uma forma ou de outra, deram sua ajuda", indicou Hammarberg.

Uma segunda prisão ilegal foi aberta em Bucareste no dia 23 de setembro de 2003, pouco depois do fechamento da polonesa.

Esse centro de tortura romeno funcionou por mais de dois anos, mas as "autoridades romenas não parecem dispostas a esclarecer totalmente o que ocorreu em seu território", afirmou o relatório.

"A Lituânia é o último país europeu a ser identificado como base de um centro de tortura da CIA", disse Hammarberg, que afirmou que o governo "manifesta certa vontade para estabelecer a verdade".

Com informações da Voz da Rússia