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Caravana da Paz mexicana se soma à defesa dos indígenas

O poeta Javier Sicília, líder do Movimento pela Paz com Justiça e Dignidade, e a Caravana da Paz chegaram no domingo (11) ao estado de Oaxaca, onde compartilham com comunidades indígenas em conflito por seus recursos naturais.

Sicília assegurou à agência Prensa Latina que cinco meses após ter iniciado a primeira marcha contra a guerra no México, a razão do movimento que encabeça continua sendo a mesma.

"Na essência continuamos sendo iguais, ainda que queremos ser melhores e temos somado vozes nestes meses em nossa busca pela paz", disse.

Neste domingo, a marcha para o sul chegou a uma zona próxima a uma comunidade indígena triqui, em conflito com grupos paramilitares pela defesa de seus recursos naturais.

Em Oaxaca também está o drama dos migrantes desaparecidos e a violência que sobre eles exercem grupos criminosos como Los Zetas.

Dentro do percurso a este estado está prevista a visita ao albergue de migrantes do pai Alejandro Solalinde, coordenador da Casa Irmãos no Caminho, localizada em Ixtepec.

A estada em Oaxaca está prevista até a próxima terça-feira (13), quando o grupo partirá para Chiapas.

Entre sexta-feira e sábado passados a Caravana percorreu as cidades de Iguala, Chilpancingo e Acapulco, no estado de Guerrero.

Nesta última localidade os professores reiteraram seu protesto pela falta de segurança diante da extorsão do crime organizado aos docentes de escolas primárias de zonas localizadas no porto e mais afastadas da cidade.

Igualmente um grupo de 33 jovens realizam há mais de um mês uma greve de fome por terem sido recusados na Universidade Autônoma de Guerrero, onde no atual curso ficaram sem poder se matricular mais de 10 mil estudantes.

Elizabeth Nava, representante do Movimento Acadêmico Social Alternativo do Sul, disse à Prensa Latina que vários estudantes já apresentam consequências em seu estado físico pelos dias de protestos por não poder continuar seus estudos.

Também a esta manifestação civil, a maior que ocorre hoje no país, se somou o Sindicato Mexicano de Eletricistas em greve há mais de dois anos pelas perdas de seus empregos, depois da privatização da indústria da energia elétrica.

A Caravana da Paz reúne mais de 600 pessoas, incluídos observadores internacionais, além de veículos de comunicação nacionais e estrangeiros registrados no país.

Esta viagem ao sul mexicano, centrada no diálogo e nas vítimas entre migrantes e povos indígenas, partiu do Zócalo, praça central da Cidade do México em 9 de setembro e retornará a esse mesmo lugar no dia 19 de setembro.

Prensa Latina