Movimento civil mexicano realiza encontro com zapatistas

Depois da chegada da Caravana da Paz ao estado do sul, a comitiva teve um encontro com representantes de organizações civis e sociais centro-americanas no posto fronteiriço entre o México e s Guatemala sobre o rio Suchiaté.

Na ponte sobre o rio, o movimento cidadão expressou suas desculpas pelo trato que recebem os imigrantes em território mexicano em sua tentativa de chegarem aos Estados Unidos.

Na zona fronteiriça, representantes de organizações civis de ambos os países denunciaram o trato que recebem os imigrantes sem documentos por parte de grupos criminosos e algumas autoridades.

Os integrantes da caravana, depois de percorrer quase dois mil quilômetros desde a Cidade do México até o ponto fronteiriço guatemalteco, não puderam chegar até a localidade de Tecúm Umám.

Organizações camponesas da costa sul guatemalteca deram as boas-vindas ao movimento e ratificaram seu compromisso de lutar pela paz e pelo fim da guerra e da violência.

Para Diego Escalante, coordenador regional do Comitê de Unidade Camponesa da costa sul guatemalteca, não se pode falar do perdão ao México pelo tratamento aos imigrantes se primeiro não houver justiça.

Não podemos falar de perdoar os mexicanos se se mantêm os assassinatos, sequestros e extorsões sobre os imigrantes, declarou.

A Caravana da Paz também inclui um grupo de imigrantes, que expõem neste percurso os maus tratos a que são submetidos no país.

Por ano uns 400 mil imigrantes sem documentos passam pelo território mexicano para tentar chegar aos Estados Unidos e nesse trajeto são vítimas de grupos delinquentes, alguns em colaboração com autoridades, segundo investigações da procuradoria federal.

Além de ser roubados, sequestrados e extorquidos, são assassinados em massa por grupos como “Os Zetas”, um dos mais violentos, que os reprimem para exigir dinheiro de seus familiares.

Em 2010 mais de 11 mil imigrantes foram vítimas de sequestros, segundo a Comissão Nacional de Direitos Humanos.

Durante esse mesmo ano foram encontradas covas clandestinas de Taumalipas e Durango com dezenas de imigrantes se ilegais assassinados.

A atual caravana é a segunda marcha pela paz do movimento cidadão, depois de um primeiro percurso em junho passado pelo norte do país que terminou em Cidade Juárez, considerada como a mais violenta do México.

A Caravana da Paz reúne mais de 600 pessoas de todo o país, incluídos observadores internacionais, além de veículos de imprensa nacionais e estrangeiros credenciados no país.

Este percurso começou no dia 9 de setembro e culminará no próximo dia 19, depois de percorrer oito estados.
Prensa Latina