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Jornal inglês revela visitas secretas de Blair a Kadafi

O ex-premier britânico Tony Blair fez duas viagens secretas à Líbia e teve reuniões com Muamar Kadafi antes da libertação, pelo governo do Reino Unido, do líbio condenado pelos atentados de Lockerbie, informa o jornal Sunday Telegraph. As revelações criam uma pressão para que Blair explique o conteúdo das conversas.

O jornal britânico teve acesso a documentos encontrados em Trípoli, capital da Líbia, após a queda de Kadafi, que indicam que Tony Blair utilizou um jato privado do governo líbio para visitar Kadafi em junho de 2008 e abril de 2009. Na época, Blair já não era mais primeiro-ministro – ele deixou o cargo em 2007.

A primeira visita aconteceu quando o trabalhista ainda estava no poder, em maio de 2004. Blair teve um papel importante no descongelamento das relações com Kadafi, em troca do abandono pelo governo de Trípoli do programa de armas nucleares.

Um porta-voz do ex-premiê confirmou que as visitas aconteceram e que os líbios apresentaram a questão de Abdelbaset Ali Mohmet al-Megrahi, detido na Escócia pelo atentado de Lockerbie. Mas a fonte destacou que Blair respondeu que uma eventual libertação do líbio por razões de saúde era uma decisão da justiça escocesa.

Ele acabou sendo libertado em agosto de 2009, após o cumprimento de apenas oito dos 27 anos de prisão previstos na condenação, o que coloca em suspeita o envolvimento do governo britânico.

Megrahi era a única pessoa condenada pelo atentado de dezembro de 1988 contra um avião da extinta empresa aérea Pan Am que deixou 270 mortos, em sua maioria americanos. A aeronave explodiu no ar ao sobrevar o território da Escócia.

A revelação aumenta a pressão sobre Blair para que ele explique o teor das conversas com Kadafi depois que deixou Downing Street. O Sunday Telegraph afirma que os documentos mostram que as viagens de Blair em 2008 e 2009 aconteceram a partir de Serra Leoa em um avião cedido pelo próprio Kadafi.

Com agências