Ibovespa tem 2ª pior semana do ano, com queda de 6,96%
Termina mais uma semana marcada por forte tensão e volatilidade nos mercados financeiros do Brasil e do mundo afora. O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, fechou o dia com ligeira desvalorização de 0,09%, o que marca o quinto dia seguido de queda e o segundo pior desempenho semanal do ano, acumulando perda de 6,96% nos últimos cinco dias.
Publicado 23/09/2011 18:54
A pontução atingida pelo indicador foi de 53.230 pontos, com giro financeiro de R$ 5,590 bilhões. As quedas registradas em todos os dias da semana levaram o Ibovespa a ter o segundo pior desempenho semanal do ano, abaixo apenas da queda de 10% apurada entre os dias 1º e 5 de agosto. No mês, o Ibovespa já acumula depreciação de 5,78% e, no ano, de 23,19%.
No mercado americano, o índice Dow Jones subiu 0,35%, aos 10.771 pontos, mas marcou a sua pior semana desde 2008, enquanto o Nasdaq avançou 1,12%, aos 2.483 pontos, e o S&P 500 perdeu 0,61%, aos 1.136 pontos.
"A semana foi de total volatilidade. Chegamos próximos a superar o patamar de 58 mil pontos, mas não conseguimos e terminamos assim", disse João Pedro Brugger, analista de investimentos da Leme Investimentos.
Apesar da recuperação de perdas entre papéis do setor financeiro na Europa no pregão de hoje, depois de dias de significativas perdas principalmente entre bancos franceses, o movimento de ganhos das ações financeiras por aqui não aconteceu, e a maioria delas terminou em queda.
Ainda que o dia e a semana tenham terminado, ainda prevalecia um certo tom de ansiedade entre os investidores. Líderes do grupo composto pelas 20 maiores economias do mundo, o G20, ainda se encontram reunidos em Washington, nos Estados Unidos, e farão uma entrevista coletiva às 21h30 no horário de Brasília.
Em pronunciamento feito ao longo do dia, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que o crescimento econômico mundial será lento, que os riscos são crescentes e que o ritmo de recuperação está menor do que há três anos.
Na Europa, o dia foi de leve recuperação dos principais indicadores locais, especialmente do setor bancário.
Ações
Para Brugger, o fechamento de hoje marcou a recuperação de setores que tinham sofrido mais nos últimos dias, especialmente ligadas ao desempenho dos contratos futuros de juros, que também tiveram um dia bom. "Para os papéis de contrução civil e consumo, podemos perceber uma leve recuperação", diz.
Mas os papéis do setor bancário por aqui não conseguiram se beneficiar do ritmo positivo visto na Europa, e acabaram a maioria no vermelho.
As ações Bradesco ON terminaram em queda de 3,64%, a R$ 43,46, enquanto as do Itaú Unibanco ON caíram 1,15% a R$ 27,43 e as units do Santander cederam 2,3%, a R$ 14,01. "Não conseguimos sustentar o mesmo ânimo visto nos papéis do setor lá fora", diz o analista.
Dentre as chamadas “blue chips”, Petrobras PN recuou 1,74%, a R$ 19,16, Vale PNA caiu 1,25%, a R$ 41,06, enquanto OGX Petróleo ON operou na contramão e subiu 1,03%, a R$ 11,70.
Fonte: Valor