Palestinos entram com pedido na ONU nesta sexta-feira
A reivindicação que os palestinos apresentarão à Organização das Nações Unidas (ONU) para ingressar na entidade como Estado de pleno direito concentrará a atenção mundial nesta sexta-feira (23).
Publicado 23/09/2011 11:44
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, fará um discurso perante a Assembleia Geral e apresentará a reivindicação histórica de seu povo a um Estado conforme às fronteiras de 1967, que incluem Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Imediatamente depois de seu discurso, Abbas entregará a carta de reivindicação para ingresso na ONU ao secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon, que deverá revisá-la para assegurar que está conforme o artigo quatro da Carta de Nações, e então remetê-la ao Conselho de Segurança. A delegação palestina já assinalou que Ban garantiu que esse trâmite, que não tem prazo definido, não estará sujeito a nenhum atraso politicamente motivado.
Para ingresso na ONU, é preciso obter no principal órgão de decisões da organização multilateral uma maioria de nove votos e nenhum veto dos cinco países com esse direito (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China). No entanto, o presidente norte-americano, Barack Obama, já anunciou que vetará o pedido palestino.
Uma hora depois de Abbas deverá discursar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para quem a decisão palestina é "unilateral" e "prejudicial" para a paz no Oriente Médio. As negociações diretas entre palestinos e israelenses estão estagnadas há um ano, devido à recusa de Israel em paralisar as construções em colônias ilegais construídas em território palestino
O Conselho de Segurança não tem um prazo definido para analisar a carta palestina, mas segundo os especialistas este processo pode levar várias semanas. Enquanto isso, milhares de palestinos na Cisjordânia e em Gaza aguardam com expectativa o discurso do presidente da ANP.
Por outro lado, os serviços de segurança israelenses declararam estado de alerta máximo a partir da manhã desta sexta-feira pelo temor de possíveis distúrbios depois do discurso de Abbas. A situação de alerta, que estará em vigor durante três semanas, inclui nove mil policiais, além de milhares de voluntários para garantir a segurança dentro das zonas mais sensíveis de Israel.
Com informações do Operamundi