Pedido palestino vai para segunda etapa de análise na ONU
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) encaminhou nesta quarta-feira (28) ao Comitê de Admissão do órgão o pedido feito pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, de criação de um Estado independente e autônomo.
Publicado 28/09/2011 16:50
O assunto será tema da reunião que começa na sexta-feira (30). O processo completo de análise da solicitação deve durar cerca de quatro semanas, segundo diplomatas.
O Comitê de Admissão da ONU se destina a analisar em detalhes os processos que lhe são encaminhados. O período para análise costuma ser de aproximadamente um mês. Mas não há prazo fixo. Em seguida, o assunto é novamente debatido pelo Conselho de Segurança.
O representante do Líbano no Conselho de Segurança, o embaixador Nawaf Salam, disse hoje que houve apoio unânime de todos os integrantes do órgão para encaminhar o pedido ao Conselho de Admissão.
O observador permanente da Palestina nas Nações Unidas, Riyad Mansour, disse que espera que a decisão final não demore.
Para Mansour, não há disposição do governo de Israel em buscar acordos para um processo de paz. Segundo ele, as ofensivas e reações constantes exemplificam sua afirmação. Ao mesmo tempo, o represetante de Israel na ONU, o embaixador Ron Prosor, insistia na tese de que seu Estado "está disposto" a conversar e negociar, mesmo tendo anunciado a construção de mais 1.100 casas em região ocupada, no território palestino.
Para a aprovação do pedido de Abbas, são necessários nove votos favoráveis do total de 15 votos do Conselho de Segurança, sem rejeição dos que detêm assentos permanentes.
O governo do Brasil atua em favor da proposta palestina. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o Brasil “espera em breve saudar o Estado da Palestina”.
Na semana passada, a presidenta Dilma Rousseff defendeu o direito de os palestinos terem um Estado autônomo e independente. Em 2010, o Brasil reconheceu o direito de criação da Palestina.
No entanto, o governo dos Estados Unidos, que é um dos membros permanentes do Conselho de Segurança, informou que votará contra o pedido do presidente da ANP, Mahmoud Abbas.
Dos 15 membros do Conselho de Segurança, seis já se manifestaram em favor dos palestinos. Dos 193 países que integram as Nações Unidas, os palestinos afirma contar com o apoio de 127.
A previsão menos otimista, de acordo com diplomatas que acompanham as negociações, é que a ONU conceda aos palestinos o status de Estado observador, como o Vaticano, após o veto dos Estados Unidos.
A atitude americana servirá para isolar mais ainda os estadunidenses no cenário político, evidenciando também o apoio inconteste a qualquer ação israelense, já que os EUA evitam tomar atitudes concretas contra o Estado sionista.
Da redação, com informações da Agência Brasil