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Cenário pré-eleitoral vive momento de especulações sobre alianças

A um ano das eleições municipais de 2012, a movimentação do cenário político em duas das principais capitais brasileiras se configura bastante agitada e incerta. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os anúncios de possíveis alianças políticas envolvem forças rivais e planos para a disputa do governo estadual, em 2014.

Segundo a edição desta quinta-feira (6) da Folha de S. Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) avisou a aliados que vai propor um acordo ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para tentar reeditar nas eleições do ano que vem a aliança que o levou à Prefeitura em 2004, como vice do tucano José Serra.

Na segunda-feira (3), a cúpula do PSDB paulista se reuniu sob o comando do governador Geraldo Alckmin e emitiu acenos positivos na direção do prefeito paulistano.

Por seu turno, com o intuito de atrair o PSDB na disputa à sucessão na capital, Kassab tem afirmado que está disposto a abrir mão da candidatura ao governo em 2014 para apoiar a reeleição de Alckmin – colocando sua sigla e o próprio nome à disposição para compor uma possível chapa encabeçada pelo tucano.

O objetivo da aliança entre o PSD e PSDB seria impedir que a Prefeitura de São Paulo caia nas mãos do PT ou do PMDB. Esta semana, o prefeito deve se reunir com o secretário Edson Aparecido, membro do chamado "núcleo político" do Palácio dos Bandeirantes, composto por aliados de “primeira hora” do governador.

O provável candidato de Kassab à sucessão seria o vice-governador Guilherme Afif Domingos – seu parceiro na fundação do PSD. A articulação conta com a simpatia de tucanos ligados ao ex-governador José Serra, ala que defende a recomposição com Kassab.

Sinais de aproximação

Alckmin, que no início fez oposição à criação do PSD, tem dado demonstrações de que pretende melhorar sua relação com Kassab. O governador deu ao prefeito da capital a presidência do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana, órgão que irá coordenar a implantação de projetos do estado em 39 municípios, que congregam quase 20 milhões de habitantes.

Sensível ao gesto do governador, Kassab disse a alckmistas, no dia em que tomou posse no Conselho, que PSD e PSDB tinham "semelhanças e interesses comuns" e que era preciso "valorizar isso".

Rio de Janeiro

Já na capital carioca, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) estão em adiantadas negociações. O objetivo é fechar um acordo para uma chapa à Prefeitura do Rio com o deputado federal Rodrigo Maia – filho de César Maia – como candidato à sucessão de Eduardo Paes (PMDB), e a deputada estadual Clarissa Garotinho – filha do ex-governador – como vice.

Em declaração à Folha de S. Paulo, Garotinho disse que o cabeça da chapa será Rodrigo Maia e Clarissa a vice. Rodrigo Maia diz que o acordo já está definido "há cerca de dois, três meses", e que vai concorrer a prefeito: "A decisão desse nome [do vice] é do PR. Se for a Clarissa, será um orgulho", disse.

Em entrevista ao Vermelho, a presidente do PCdoB no estado do Rio de Janeiro, Ana Rocha, afirmou que a possível aproximação de César Maia e Garotinho é uma tentativa de criar uma candidatura de oposição na capital. O atual prefeito Eduardo Paes – conta com uma aliança de 16 partidos incluindo o PT, o PCdoB, o PSB e o PDT.

“Essa questão vem sendo anunciada faz algum tempo, mas ainda não foi consolidada. Isso cria uma possível candidatura de oposição, mas não coloca em xeque a candidatura de Eduardo Paes. Ele está em um cenário de uma candidatura praticamente única [no campo democrático e progressista] – com uma frente de 16 partidos.”

Segundo a presidente estadual do PCdoB, a aliança seria uma tentativa de Garotinho – que atualmente exerce o cargo de deputado federal – e César Maia — derrotado nas últimas eleições municipais – se recolocarem no cenário político da capital.

“A oposição vem se articulando para se colocar no cenário e o fato é que o César Maia saiu derrotado da eleição passada, tanto que ele se coloca como candidato a vereador – para fazer uma grande bancada e criar uma oposição na Câmara. Aqui o PSDB é fraco e o DEM se fragilizou – justamente por isso está se somando com o Garotinho que ainda tem alguma força, sobretudo no interior do estado.”

Da Redação
Com informações da Folha de S. Paulo