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Polícia reprime protestos de estudantes na Colômbia

Cerca de 22 pessoas ficaram feridas e 12 foram presas na Colômbia após a intervenção da polícia em manifestações de estudantes contra um projeto de reforma do ensino superior enviado pelo governo ao Congresso. Os estudantes afirmam que não foram ouvidos e acusam o presidente Juan Manuel Santos de tentar privatizar o ensino superior público.

Já há algumas semanas estudantes de universidades públicas promovem protestos no interior do país para exigir um projeto que tenha a participação dos alunos.

Segundo informações da rede Telesur, a repressão começou nesta quarta-feira (05) depois que homens encapuzados se infiltraram entre os manifestantes e atacaram a polícia.

Na UPTC (Universidade Pedagógica e Tecnológica da Colômbia), em Tunja, os confrontos deixaram seis feridos e dez pessoas foram presas. “Vários alunos foram presos, a maioria deles eram apenas espectadores, e vários universitários foram atingidos”, disse o líder estudantil Giovanni Paez.

Na cidade de Cali, a ação da polícia começou no início da tarde, na Universidade do Vale, depois de um grupo de homens mascarados enfrentar as forças de segurança.

Enquanto isso, na Universidade de Pamplona, ​​onde os protestos já têm três semanas, as autoridades decretaram um toque de recolher até às seis da manhã nesta quinta-feira. A direção da universidade decidiu suspender o semestre e decretou para as férias da universidade por 28 dias.

Na Universidade Tecnológica de Pereira, no oeste da Colômbia, já são 25 dias de greve. Nesta semana, estudantes escondidos atrás de mascaras entraram nas salas de aula chamando os demais alunos a pressionar as autoridades.

A FEU (Federação de Estudantes Universitários) da Colômbia decidiu ontem marcar uma greve nacional nos dias 12 e 13 de outubro para exigir um debate amplo sobre a reforma do ensino superior. O porta-voz da organização, Jairo Rivera, disse a jornalistas que "cada universidade do país vai parar" se o governo do presidente Juan Manuel Santos insistir em uma reforma "não negociada".

Após o anúncio da greve nacional, o governo de Bogotá enviou ao Congresso uma nota de esclarecimento que descarta a privatização da educação pública superior.

O porta-voz do Partido Verde, aliado de Juan Manuel Santos, disse que o governo "reconhece que a educação não pode ter como fim o lucro. Este projeto é para fortalecer as finanças das universidades", disse.

Fonte: Telesur