Indignados italianos protestam contra medidas de austeridade
Centenas de manifestantes italianos realizaram protestos nesta quarta (12), em diversas sedes do Banco da Itália, nas principais cidades do país, contra a crise e as medidas de austeridade do governo. Em algunas locais, houve confrontos com a polícia. O governo italiano aprovou cortes de gastos de 45,5 bilhões de euros no orçamento até 2013 para "equilibrar" as contas do país.
Publicado 13/10/2011 10:42
Em Roma, dezenas de pessoas se dirigiram à sede da instituição na cidade, onde havia chegado o presidente italiano, Giorgio Napolitano, para uma convenção com o futuro chefe do Banco Central Europeu (BCE), o italiano Mario Draghi.
Segundo manifestantes, os cortes no orçamento italiano que foram aprovados pela maioria governista no Parlamento "diminuirão os direitos sociais e o poder de compra de salários e aposentadorias".
O grupo dos "indignados tricolores" — nome em referência às três cores da bandeira italiana — saiu da Praça Montecitório, onde se localiza a sede da Câmara dos Deputados, que foi alvo de gritos de protesto, e andaram pela Via del Corso, onde bloquearam o trânsito e entraram em confronto com a polícia.
Segundo organizadores do movimento, o ato também é uma medida de apoio ao italiano Gaetano Ferrieri, que desde 4 de junho está em greve de fome para pedir a abolição dos privilégios para os parlamentares.
Os protestos mais importantes ocorrem em Bologna, no centro do país, onde os manifestantes tentaram forçar a entrada no edifício sede do banco central italiano. A polícia reprimiu a iniciativa e uma jovem de 23 anos ficou ferida.
Sob o lema "Democracia real agora, os seres humanos antes dos lucros", centenas de jovens marcharam pelas ruas da cidade para expressar seu descontentamento pela dívida pública italiana, uma das mais altas da Europa.
Em Nápoles e Trento, também ocorreram atos políticos durante a manhã, mas com menos peso e sem nenhuma tensão com as forças de ordem. Em Florença, ativistas carregavam faixas com a inscrição "Ame a vida, odeie os bancos".
Alguns manifestantes pretendiam acampar nas entradas das sedes do Banco da Itália até sábado, 15 de outubro, dia para o qual foi convocado um ato mundial contra a crise internacional pelos manifestantes espanhóis do movimento "indignados".
Com Ansa