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Déficit fiscal dos EUA em 2011 equivale a 50% do PIB brasileiro

O governo federal dos EUA registrou um déficit orçamentário de US$ 1,3 trilhão no ano fiscal 2011 encerrado em 30 de setembro. O valor equivale a mais de 50% da riqueza gerada no Brasil no ano passado, estimada em US$ 2,09 bilhões pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Foi o segundo maior déficit já registrado pelo governo norte-americano. O resultado de 2011 representa 8,7% do PIB e ficou ligeiramente acima do déficit de 2010, que foi de US$ 1,29 bilhão, mas foi inferior ao saldo negativo de US$ 1,41 trilhão de 2009, ano em que o PIB do império encolheu mais de 3% e a chamada economia mundial recuou 0,6%.

Negociações tensas

Há dez anos, durante o governo de Bill Clinton, o país produzia superávits orçamentários e os déficits na casa de US$ 1 trilhão pareciam imagináveis. Hoje, o rombo orçamentário, alavancado pela resposta à crise ou (o que vem a dar no mesmo) o monumental socorro aos bancos, é alvo de tensas negociações em Washington.

Os congressistas americanos estão sob pressão para alcançarem um acordo até o final de novembro sobre como vão cortar US$ 1,2 trilhão em gastos durante a próxima década. Se não houver um acordo, serão executados cortes automáticos no Medicare – seguro saúde que beneficia os idosos –, gastos com defesa e outras áreas críticas do orçamento que entrará em vigor em janeiro de 2013.

Crise da dívida

O acúmulo de déficits provocou o estouro do teto da dívida pública, estabelecido pelo congresso, e conduziu os Estados Unidos às portas da moratória. No ano fiscal 2011, o governo registrou um aumento na receita com imposto de renda pessoa física, mas a arrecadação do imposto de renda corporativo caiu, refletindo a acentuada desaceleração da economia.

Os gastos com o benefício de auxílio-desemprego caíram no ano fiscal 2011. No entanto, as despesas com juros da dívida federal somaram US$ 227,1 bilhões, de US$ 196,2 bilhões no ano fiscal anterior, refletindo o agigantamento dos débitos. O endividamento federal líquido subiu para US$ 9,302 trilhões, ou 62,2% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA.

Dependência

O excesso de endividamento, associado à carência de poupança interna, conduziu os Estados Unidos a uma crescente dependência de investimentos estrangeiros para fechar as contas. Esta se manifesta principalmente em relação à China, que se transformou na maior credora do império.

Os planos de ajuste fiscal deixaram o governo Obama paralisado frente à crise da economia real, que está estancada e tende a caminhar para uma nova recessão, e ao desemprego em massa que atinge entre 25 a 30 milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

Com agências