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Lula: é preciso investir nas classes mais baixas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (14) que a solução para sair da crise econômica mundial é investir na pobreza, para que os pobres ganhem poder de compra, se transformem em consumidores e, assim, ampliem o mercado interno. Na sua opinião, a solução para a crise econômica passa por medidas políticas, e não econômicas, entre as quais deveria ser considerada a população mais pobre.

Em uma conferência por ocasião do World Food Prize (Prêmio Mundial dos Alimentos), que Lula recebeu ontem (13), em Iowa, nos Estados Unidos, o ex-presidente refletiu sobre o O tema, afirmando que os setores mais reprimidos podem se tornem uma nova fonte de consumo mundial.

"No Brasil não fomos tão afetados pela crise porque as pessoas que estavam na pobreza começaram a consumir. Os americanos pararam de comprar, os europeus pararam de consumir, mas os brasileiros não", disse.

O ex-presidente lembrou que no início da crise em 2008 incentivou os cidadãos brasileiros a continuar consumindo através de uma propaganda na televisão. "Você pode perder seu trabalho se parar de comprar, porque se parar de comprar, as fábricas param, portanto é preciso comprar para conservar o trabalho, embora muita gente pense o contrário. É preciso comprar, comprar com responsabilidade", ressaltou.

Para Lula, é importante fomentar uma forma de consumo "sensível e responsável", que mostre aos cidadãos a importância de continuar comprando de acordo com a capacidade de cada um.

"Os bancos centrais têm que regular o sistema de empréstimo, e têm que dar incentivos para que o as pessoas voltem a consumir com responsabilidade. Nossas mães sempre nos diziam: nunca compre algo que não possa pagar. E isso é o que é preciso fazer", acrescentou.

"É preciso mudar o conceito: dar dinheiro aos pobres é considerado como uma despesa, e aos ricos como um investimento. Dar aos pobres também é um investimento. A educação também é um investimento. A saúde é um investimento", defendeu o ex-presidente.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê para este ano que o crescimento do Brasil diminuirá alguns décimos. Mas, para 2012, as perspectivas continuam positivas com 3,6% de previsão de crescimento.

com agências