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Brasil e Moçambique pedem rigor ao G20 no combate à crise

A presidente Dilma Rousseff e o presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza, fizeram um apelo hoje (19) para que o G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo) “demonstre capacidade de resposta” aos desafios impostos pela crise econômica internacional. O apelo foi feito em um comunicado conjunto por ocasião da visita de Dilma ao país africano.

“Os dois chefes de Estado expressaram preocupação com a crise financeira [econômica] internacional, tendo concordado em trabalhar em conjunto, bilateral e multilateralmente, para minimizar os seus efeitos. Nesse sentido, concordaram também que o G20 deve voltar a demonstrar capacidade de resposta conjunta diante da atual situação econômica mundial, como ocorreu em 2008”, diz a nota conjunta.

Dilma e Guebuza, que recebeu a presidente durante à tarde desta quarta-feira, reiteraram o empenho na defesa dos “princípios democráticos, respeito aos direitos humanos, ao Estado de Direito e boa governança política e econômica”. Se comprometeram, ainda, a intensificar os esforços para o aprofundamento das relações entre Brasil e Moçambique.

Atualmente, há mais de 40 projetos bilaterais em andamento, nas áreas de agricultura, educação, ciência e tecnologia, saúde, formação profissional e energia. Um dos destaques é para a fábrica de antirretrovirais e outros medicamentos em Moçambique, que tem o assessoramento técnico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz ) e do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), além do suporte financeiro do Brasil.

Trataram, ainda, da diversificação da matriz energética dos países do Sul em desenvolvimento, para lhes conferir maior flexibilidade e independência em suas políticas de energia e desenvolvimento econômico sustentável.

Os líderes também abordaram questões relacionadas à cooperação Sul-Sul e à governança global. Defenderam uma reforma nos organismos multilaterais e falaram sobre a importância da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a ser realizada em junho de 2012 no Brasil.

A presidente brasileira passou o dia de hoje em Maputo, acompanhada pelos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Luiza Bairros (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), além do secretário executivo de Minas e Energia, Marcio Zimmermann.

No início da manhã, participou de cerimônias alusivas aos 25 anos de morte do ex-presidente e herói da independência daquele país, Samora Machel. No Monumento aos Heróis Moçambicanos, prestou homenagem ao primeiro presidente do país.

Depois, reuniu-se com investidores brasileiros e participou de almoço oferecido pelo governo moçambicano. Depois do encontro com o presidente Armando Guebuza, ela segue para Luanda, em Angola, onde encerra amanhã (20) sua visita à África, que tem como um dos objetivos ampliar as relações bilaterais e fortalecer o comércio entre os países.

Nos anos mais recentes, os investimentos brasileiros em Moçambique cresceram de modo significativo na exploração mineral e nos setores de logística e energia. Para se ter uma ideia, entre janeiro e agosto de 2010 o comércio bilateral foi de US$ 25 milhões. Já no mesmo período de 2011, superou os US$ 60 milhões, com destaque para os setores de carnes, veículos, caldeiras, máquinas e tabaco.

Com Agência Brasil e Blog do Planalto