Eleições argentinas: uma prova de fogo para todos
A popularidade da presidente Cristina Fernández de Kirchner, para ser reeleita nas eleições de domingo (23), constitui uma conquista proveniente mais dos êxitos do governo do que da mediocridade de seus opositores.
Publicado 21/10/2011 10:02
É o que reflete os dados de diferentes pesquisas de opinião em todo o país, que com algumas ligeiras variações, dão como segura a vitória da aliança Frente para a Victoria (FPV) no primeiro turno, com cifras que vão de 55% a 49,1% dos votos.
Se não é exorbitante esse respaldo, o que dá a verdadeira dimensão de sua vantagem sobre os opositores é precisamente a folgada margem que a separa deles.
O rival mais próximo de Cristina é o socialista Hermes Binner, da coalizão Frente Ampla Progressista (FAP), não ultrapassa, em nenhuma das quatro principais pesquisas, 17% das intenções.
Um bom indicador da qualidade da oposição, que se dedicou a insultar a gestão da mandatária ao invés de formular suas próprias políticas, é demonstrado pela sondagem na qual 63,5% dos questionados responderam que ela não possui um programa alternativo de governo, contra 22,9% que opina o contrário.
Sobre como é vislumbrado o futuro do país para 2012, 40,9% opinam que será igual e 34,3% pensam que será melhor, enquanto os céticos compreendem 18,3%. No que se refere à situação pessoal, apenas 6,7% opinam que será pior, contra 42% que acreditam que será melhor e 46,4%, que seguirá igual.
Os argumentos dos críticos da presidente na oposição vão desde que não se encontra nada de bom em seu modelo de condução, até os que reconhecem alguns avanços, mas creem que é possível fazer muito mais com os recursos que o país dispõe.
Nisso podem ter razão, mas os setores menos favorecidos da sociedade contam, e eles consideram que a “Bolsa Universal por Filhos”, o aumento das pensões dos aposentados, a estabilidade frente à crise econômica mundial e a recuperação do papel social do estado, entre outros, foram passos positivos de muito impacto.
A incapacidade (ou impossibilidade) de seus rivais de ofuscar essas realidades e oferecer algo melhor para obter o respaldo popular são os elementos que viraram a balança na preferência dos eleitores por uma nova oportunidade para a presidente frente às suas reiteradas promessas de aprofundar o modelo.
Disso se trata. Por isso, se não for possível satisfazer as expectativas da grande maioria dos 40 milhões de argentinos, o futuro da força política que representa pode ser pouco agradável.
Fonte: Prensa Latina