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Movimentos criarão Observatório de Direitos Humanos para Aguan

O conflito agrário em Aguan, Honduras, continua a fazer novas vítimas. No último sábado (15), mais um camponês foi morto na região. Por conta da constante violência vivida na área, movimentos e organizações sociais e de direitos humanos nacionais e internacionais decidiram, nesta sexta (21), formar um Observatório Internacional de Direitos Humanos para Aguán.

Em comunicado divulgado hoje, Wilfredo Paz, porta-voz do Observatório, afirmou que a iniciativa terá sede em Tocoa, município de Colon, a qual será inaugurada no próximo dia 11 de novembro. De acordo com ele, o Observatório tem o objetivo de "garantir o respeito aos direitos humanos e salvaguardar a vida de quem de maneira permanente a tem em risco pelo uso excessivo da força”.

Segundo o comunicado, o Observatório priorizará: presença em despejos ou em ocupações massivas dos assentamentos camponeses, mobilizações populares ou em tomadas de estradas a fim de evitar o uso excessivo da força por parte dos agentes da justiça; proteção das pessoas que correm risco de morte; atenção às vítimas de violência ou da repressão; denúncia das violações aos direitos humanos; manejo de medidas cautelares; defensoria legal; e coleta de informação necessária para demandar aplicação da justiça para quem violar os direitos humanos na região.

O anúncio de instalação do Observatório Internacional de Direitos Humanos para Aguan foi realizado hoje, menos de uma semana após mais uma ação de violência contra a comunidade campesina da região. Informações da Organização Internacional de Direitos Humanos pelo Direito a Alimentar-se (Fian Honduras, por sua sigla em inglês) revelaram que Segundo Mendoza Ramos foi assassinado no último sábado (15), quando seguranças do empresário Miguel Facussé realizavam o despejo de camponeses do Movimento Campesino Recuperação Nacional (MCRN) que ocupavam uma área em Paso Aguán.

As últimas informações sobre o caso ainda não dão conta do autor do crime. Para os camponeses, o delito foi praticado pelos seguranças e policiais que realizavam o despejo. Os policiais, entretanto, afirmam que só encontraram o corpo do camponês no dia seguinte ao despejo. No domingo (16), de acordo com Fian Honduras, outros dois camponeses da mesma organização foram baleados quando iam para La Consentida colher milho.

"Existem companheiros e companheiras que suas cabeças têm preço, aqueles companheiros e companheiras que se atrevem a sair de seus assentamentos estão sendo sequestrados e assassinados, disparam em horas da madrugada contra os assentamentos; os militares do comando xatruch realizam operações de ensaio de como farão as invasões massivas, cercam os assentamentos campesinos por seus quatro lados até por 12 horas e o Estado fez chegar hoje, 17 de outubro, oito novos comandos de efetivos militares na zona”, denunciou Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP)-Colon em comunicado divulgado na segunda-feira (17).

Fonte: Adital