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Governador do DF demite cúpula da Polícia Civil

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), demitiu na quinta-feira 43 delegados-chefes e sete diretores de departamentos da Polícia Civil.

O fato coincide com a revelação de detalhes de uma investigação que liga o governador ao policial militar João Dias Ferreira, processado por desvio de dinheiro público.

Agnelo foi ministro do Esporte de 2003 a 2006, época em que foram firmados convênios com ONGs comandadas por João Dias Ferreira.

Os atos sobre as demissões foram publicados no Diário Oficial do Distrito Federal. Também houve mudança na direção-geral da polícia.

As exonerações foram concretizadas após o vazamento de áudios e informações da Operação Shaolin, da Polícia Civil, que realiza investigações sobre repasses do programa Segundo Tempo.

Em alguns dos áudios, Agnelo conversa com Ferreira. Uma das gravações, divulgada pela TV Globo, mostra João Dias pedindo ajuda a Agnelo para resolver suas pendências na prestação de contas com o Esporte. Os diálogos foram gravados com autorização judicial entre fevereiro e março de 2010.

"E aí, doutor, como está o sr.? Beleza?", diz Dias a Agnelo, que responde: "Ô, meu mestre, tudo bem?" Dias, então, diz que precisa apresentar sua defesa. "Sexta-feira eu tenho que apresentar o negócio lá, entendeu?".

Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF, Ciro José de Freitas, as mudanças são meramente administrativas. Ele não vê relação com o vazamento dos áudios.

O governo do DF nega que as mudanças na polícia tenham a ver com a divulgação das gravações. Diz que elas são "ajustes naturais" do governo.

Com agências