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Chile: estudantes denunciam provocação do governo

Líderes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech) criticaram a decisão do governo de impedi-los de protestar em frente ao Congresso e qualificaram-na como uma provocação ao Movimento Social pela Educação.

“Esta é uma provocação política, clara e direta para gerar um clima de violência”, afirmou o presidente da Federação de Estudantes da Universidade de Valparaíso, Sebastián Farfán, em entrevista à Rádio Cooperativa do Chile.

"Os estudantes, sim ou sim, quererão chegar ao Congresso, para isso foi convocada esta mobilização", apontou Farfán em relação ao programado ato de protesto em jornada coincidente com os debates no poder legislativo do projeto de Lei do Orçamento 2011.

Por sua vez, Cristóbal Lagos, secretário geral da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, disse que é lamentável o que está ocorrendo. “Nós, chilenos, temos direito, em uma conjuntura como esta, a nos manifestarmos a favor ou contra as divisões orçamentárias”, agregou.

Apesar de a concentração ter sido anunciada há várias semanas, só nesta quarta (9) a Intendência da região de Valparaíso, 120 quilômetros ao noroeste da capital chileno, limitou o perímetro da manifestação e não a autorizou atos próximos ao recinto parlamentar, fortemente guardado por policiais.

Enquanto isso, emissoras locais de TV noticiavam a chegada da porta-voz estudantil Camila Vallejo a Valparaíso, capital da homônima região, onde estava previsto que a militante se reunisse com as mesas diretivas da Câmara de Deputados e do Senado.

"Temos sido muito enfáticos ao afirmar que o Estado deve assumir um novo papel na educação pública, ele tem que regular o sistema privado e nada do que contempla o orçamento do ensino vai nessa direção", declarou Camila nesta quarta (9).
Camila deixou claro que a Confech não se opõe a debates: "Achamos que deve haver debates, desde que sejam abertos à cidadania e aos atores sociais da educação", ressaltou.

Reiterou também que o ministro da Educação, Felipe Bulnes, não tem mostrado interesse em dialogar com os atores sociais, opinião compartilhada por parlamentares da oposição.

"O ministro e seus colaboradores têm se comportado como verdadeiras estátuas de sal, não movem nem um só músculo, não se deslocaram nem um milímetro de sua postura inicial", opinou em declarações à Rádio Agricultura o deputado oposicionista do Partido pela Democracia, Pepe Auth.

Com informações da Prensa Latina