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Rússia também repudia adoção de novas sanções contra Irã

A Rússia anunciou nesta quarta-feira (9) que repudia e rejeita a imposição de novas sanções contra o Irã, considerando que tais imposições seriam interpretadas como a adoção de um instrumento de mudança de governo em Teerã.

"Essa postura é inaceitável e a Rússia não tem intenção de estudar essa proposta", afirmou Gennady Gatilov, vice-ministro das Relações Exteriores, ao ser consultado pelas agências russas.

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Gatilov também advertiu os países ocidentais contra a adoção de sanções de maneira unilateral. "Consideramos que o único caminho possível para uma solução é o diálogo. É preciso fazer com que os iranianos falem dos verdadeiros problemas. O que nos preocupa é o recurso unilateral dos ocidentais a mais sanções contra o Irã, o que impede o estabelecimento do diálogo", acrescentou.

Já o presidente russo, Dmitri Medvedev, advertiu Israel contra um possível ataque militar do país no Irã, afirmando que um conflito nessa região causará uma catástrofe no Oriente Médio.

Antes da Rússia se pronunciar, a China também voltou a falar em diálogo e cooperação para ultrapassar as pressões desatadas pelo Ocidente contra o Irã. "A China defende que a questão nuclear que envolve o Ocidente e o Irã pode ser solucionada mediante o diálogo e a cooperação", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hong Lei.

Na contra-mão dos que se posicionam a favor de um diálogo, o regime americano anunciou na terça-feira (8) que estuda a imposição de novas sanções unilaterais ao Irã, usando como pretexto o novo relatório da Agência Internacional para a Energia Atômica da ONU (AIEA).

A AIEA advertiu na terça-feira sobre o fato de o Irã estar aparentemente trabalhando no desenvolvimento de armas nucleares. No entanto, vazamentos informações, reveladas pelo WikiLeaks, confirmam que os Estados Unidos e o presidente da AIEA têm trabalhado em conjunto para pressionar o Irã, desprezando provas concretas sobre o programa de energia nuclear que o país asiático conduz e que diz ser de uso pacífico.

Os Estados Unidos e seus satélites já revelaram que, caso o Conselho de Segurança não aprove novas sanções contra o irã, caso China e Rússia impeçam a adoção das restrições, eles irão aplicá-las de modo unilateral.

Rebatendo as pressões dos países ocidentais com relação ao relatório da AIEA, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que seu país não desistirá de seu programa de energia nuclear.

O Irã "não retrocederá nem um ponto" em seu programa, acrescentou Ahmadinejad, que apontou como absurdas as acusações contidas no relatório da AIEA.

Ahmadinejad afirmou que a AIEA perde seu prestígio ao aceitar as pressões dos Estados Unidos e outros países ocidentais na redação do relatório sobre seu programa nuclear, segundo informou a PressTV, agência de notícias da televisão pública do Irã

O presidente voltou a negar que o Irã esteja tentando construir armas nucleares e disse, em referência aos Estados Unidos: "Nós somos inteligentes e não vamos construir duas bombas para enfrentar as 20 mil que os senhores têm".

O embaixador iraniano na AIEA também declarou nesta quarta-feira que o Irã jamais abandonará seu programa nuclear, mas continuará cooperando com a agência da ONU.

"O Irã jamais abandonará seus direitos legítimos em termos nucleares, mas, como país responsável, continuará respeitando suas obrigações dentro do Tratado de Não Proliferação Nuclear", que prevê a supervisão de suas atividades pela AIEA, declarou Ali Asghar Soltaniyeh, citado pela agência Irna.

Com agências