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Guerra entre Irã e Israel pode gerar crise do petróleo

Usando como pretexto o relatório da AIEA, que diz que o Irã, até 2003, realizou trabalhos de criação de armas nucleares, Israel já plantou na mídia que pode desfechar um ataque contra estruturas nucleares do Irã no fim deste ano ou início do próximo ano.

Sobre isso escreveu, entre outros, o jornal britânico Daily Mail. Ainda antes da publicação do relatório da AIEA, foi plantada a a informação de que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estaria tentando conseguir o apoio da maioria dos ministros para realizar uma operação militar contra o Irã.

Diante dessa possibilidade, especialistas começam a calcular os possíveis danos de um ataque militar contra estruturas nucleares do Irã. Não se trata de vítimas entre a população civil que em tais situações é inevitável. Na ordem do dia para esses analistas está apenas uma questão – o preço do petróleo.

Calcula-se que no caso de ataque de Israel ao Irã, o preço do petróleo atingirá em março de 2012 US$ 200 por barril. Outros, mais céticos, insistem que o preço chegará a US$ 290 dólares por barril.

Hoje, creditando apenas às suposições de que o Irã possua armas nucleares e que as tropas israelenses pretendem destruí-las, o preço do barril de petróleo da qualidade Brend já atingiu US$ 115 dólares. E isto acontece apesar do Irã não estar entre os países líderes em extração desta matéria-prima.

O Irã extrai atualmente 4 milhões de barris por dia, dos quais 2 milhões são exportados. Isto significa pouco mais de 2% do total mundial. Mas o Irã tem outra vantagem, acrescenta o especialista russo Denis Borisov, ouvido pela Voz da Rússia: "O país controla o estreito de Ormuz – a entrada do Golfo Pérsico. E todo o petróleo extraído dessa região, que passa pelo Golfo Pérsico, pode ser avaliado em cerca de 15 a 20 milhões de barris por dia. Se esta quantidade não chegar ao mercado, então isto realmente pode levar a um sério colapso e escassez de petróleo no mercado mundial"

Segundo Borisov, isso provocará um brusco aumento dos preços do petróleo, mas não está ainda totalmente claro como se desenvolverá a situação em relação ao Irã. "Haverá intervenção militar de parte dos EUA ou de Israel? A exemplo da guerra irano-iraquiana, se pode lembrar que então também foram feitas tentativas de organizar a 'guerra de petroleiros'. Entretanto, tais ataques não tiveram um desenvolvimento global. Por enquanto, pode-se constatar apenas uma coisa: se as operações de guerra começarem isto pode levar a um brusco aumento especulativo dos preços do petróleo", afirmou o especialista.

O especialista alerta que essa situação agravará ainda mais a crise econômica atual. Com o preço do barril acima dos US$ 150 nem a economia americana, nem a européia, sobretudo agora, conseguirão evitar o aprofundamento da crise.

Outras informações, possivelmente plantadas na mídia pelas agências de espionagem das potências ocidentais, afirma que se o Irã concretizar a fabricação de armas nucleares vai propiciar uma corrida por esse armamento na região. O governo britânico já distribuiu pela mídia o boato de que Turquia e Arábia Saudita também desenvolverão armas nucleares em seguida ao Irã.

Rússia é contra uso da força

Ao mesmo tempo, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que o emprego da força militar contra o Irã "é impossível sem que sejam decretadas respectivas sanções do Conselho de Segurança da ONU". A nota foi lida pelo porta-voz do Ministério, Aleksandr Lukachevitch, na noite de quinta-feira (10).

"A nossa abordagem do problema é bem conhecida – nós não aceitamos, de forma alguma, tais práticas nas relações internacionais, uma vez que o recurso à força pode ser sancionado unica e exclusivamente pelo Conselho de Segurança ou em caso de autodefesa. Por isso, a realização dos planos do género será um erro crasso, capaz de acarretar graves consequências de escala regional e global", ressaltou.

Com agências