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Mianmar: Partido de prêmio Nobel vai disputar eleições

O principal partido de oposição de Mianmar, a Liga Nacional pela Democracia (LND), liderado pela Nobel da paz, Aung San Suu Kyi, decidiu nesta sexta-feira (18) pedir sua legalização para retornar à política após mais de duas décadas de perseguição governamental.

Mianmar - AFP

Esta decisão foi adotada na reunião realizada em Yangun pelo comitê central do partido pelo fato de o novo governo de Mianmar (antiga Birmânia), formado por ex-generais do anterior regime militar, retirar as restrições legais que impediam sua participação ativa na política.

A líder da oposição defende que a Liga Nacional para a Democracia (LND) deve se apresentar às legislativas parciais agendadas para este ano. Aung San Suu Kyi não explica, no entanto, se pretende ou não entrar na corrida.

No ano passado, os birmaneses votaram nas primeiras eleições nacionais dos últimos vinte anos. Mas os dirigentes do maior partido da oposição foram impedidos de concorrer por serem antigos presos políticos.

A previsão é que o Governo presidido pelo ex-general Thein Sein convoque em breve eleições legislativas para ocupar as 48 cadeiras do Parlamento que estão vagas.

O partido de Suu Kyi, que ganhou por grande maioria as eleições realizadas em 1990 e cujos resultados nunca foram aceitos pelos militares, foi ilegalizado por se negar a participar do pleito de novembro do ano passado, que boicotou ao considerar que eram antidemocráticos.

Durante as últimas duas décadas, centenas de membros da LND foram detidos, outros morreram na prisão, e o partido se viu obrigado a fechar todas as representações que tinha no país.

No último dia 5 de novembro, o presidente de Mianmar assinou o decreto de aprovação das emendas introduzidas na lei de partidos políticos, o que abriu o caminho para a LND para solicitar sua legalização.

Uma das três cláusulas que foram eliminadas da citada lei proibia de ser membro de um partido político toda pessoa condenada por um tribunal de justiça, que é o caso de Suu Kyi e de outros milhares de ativistas opositores do anterior regime militar.

Aproximação dos Estados Unidos

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (18) ver "clarões de progresso" em Mianmar, e determinou que sua secretária de Estado, Hillary Clinton, visite no mês que vem o isolado país para explorar uma reaproximação.

Obama, que está na Indonésia para uma cúpula de países da Ásia e Pacífico, afirmou que conversou pela primeira vez com a líder pró-democracia de Mianmar, a Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que lhe disse apoiar um maior envolvimento dos EUA com o país, a antiga Birmânia.

Fonte: Folha.com e Reuters