Cuba rejeita retorno da Líbia ao Conselho de Direitos Humanos
Após ter declarado abstenção na sexta-feira (18) em votação na Assembleia Geral que definiria o retorno da Líbia ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, Cuba retificou seu voto posteriormente, declarando ser contrária à questão.
Publicado 19/11/2011 10:27
"Durante o dia de hoje, a Missão Permanente de Cuba perante as Nações Unidas está dando os passos necessários para retificar o voto e que assim figure nas atas da Assembleia Geral", afirmou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores cubano divulgado em Havana.
A declaração oficial indica que "a delegação cubana se absteve perante dito projeto, quando as intenções de voto da República de Cuba era a de votar contra".
"As razões para fazê-lo são claras. Não acreditamos que existam as condições para tomar a decisão de restituir tais direitos, quando ainda não existe Governo constituído na Líbia e quando não se esclareceram as circunstâncias do assassinato de Muamar Kadafi", adverte.
A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira a readmissão da Líbia no Conselho de Direitos Humanos da organização, em uma votação na qual Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela votaram contra a medida.
A readmissão da Líbia nesse órgão, do qual foi expulsa quando teve início o golpe patrocinado pela Otan e outras potências imperialistas, foi adotada com o voto a favor de 123 países, quatro votos contra e a abstenção de outros seis países, entre eles Cuba.
Anteriormente, a delegação cubana assinalou que sua abstenção se devia à manipulação do assunto dentro dos órgãos da ONU, particularmente nas resoluções do Conselho de Segurança que permitiram à Otan violar o direito internacional.
Em setembro, o Governo de Cuba anunciou que não reconhecia o Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio nem "nenhuma autoridade provisória" na Líbia, de onde retirou seu pessoal diplomático.
Em declaração oficial emitida naquele mesmo mês, Havana ressaltou que só reconhecerá um Governo líbio que se constitua "de maneira legítima e sem intervenção estrangeira, mediante a livre, soberana e única vontade do povo líbio".
Cuba também denunciou a intervenção estrangeira e a agressão militar da Otan na Líbia, criticando as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e a resposta desse organismo perante o conflito.
Com agências