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Golpistas dizem que não entregarão filho de Kadafi a TPI

O novo "ministro" líbio da Justiça e Direitos Humanos, Mohamed Allagui – integrante do governo instalado pela Otan após o assassinato do líder Muamar Kadafi – afirmou nesta terça-feira que Saif al-Islam, filho de Kadafi, não será entregue ao Tribunal Penal Internacional (TPI), num momento em que o promotor deste tribunal inicia uma visita à Líbia.

Indagado se Saif al-Islam seria entregue ao TPI para ser julgado, Allagui respondeu: "em uma palavra, não o entregaremos". Por sua parte, o argentino Luis Moreno Ocampo, promotor do TPI, afirmou que não se reunirá com Saif al-Islam Kadafi.

Al-Islam Kadafi, o último filho foragido do falecido ex-líder da Líbia, e procurado pelo TPI por supostos crimes contra a Humanidade, foi detido no sábado pelo combatentes do auto-intitulado Conselho Nacional de Transição (CNT) no sul da Líbia. Saif al-Islam foi apresentado durante muito tempo como o provável sucessor de Muamar Kadafi.

Segundo chefes militares do CNT, há um mês Saif al-Islam ficou ferido no bombardeio contra seu comboio quando deixava Bani Walid (170 km a sudeste de Trípoli) na queda desse bastião kadafista em meados de outubro.

Desde 27 de junho, Saif al-Islam, 39 anos, era alvo de uma ordem de captura do TPI por suspeitas de crimes contra a Humanidade. Ele é acusado de ter tido "um papel-chave para executar um plano" que teria sido concebido por seu pai para "reprimir por todos os meios" o levante popular.

O "premiê" instalado pelos golpistas na Líbia, Abdel Rahim al-Kib, afirmou que Saif al-Islam Kadafi, terá um "julgamento justo, no qual os direitos e a lei internacional estejam garantidos".
As organigações Anistia Internacional e Human Rights Watch pediram que o CNT entregue Saif al-Islam ao TPI para evitar "o que aconteceu com Muamar e Muatasim Kadafi", ambos linchados e executados depois de terem sido capturados vivos.

Saif al-Islam apareceu em público pela última vez na noite de 22 de agosto quando a rebelião o dava como capturado. O filho de Kadafi apareceu diante de jornalistas estrangeiros assegurando que tudo estava "bem" em Trípoli, algumas horas antes da queda do quartel-general de seu pai na capital líbia.

Com AFP