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Manifestações no Egito pedem saída do novo premiê

O Egito continua sob tensão, após oito dias do recomeço os protestos da população, tanto na Praça Tahrir da capital, quanto em outras cidades do país. Na manhã deste sábado, uma pessoa morreu e pelo menos três ficaram feridas em novos confrontos entre manifestantes e a polícia. Os egípcios querem que a junta militar que governa o país desde a saída do ex-presidente Hosni Mubarak passe o poder para um governo civil. 

 

Os incidentes deste sábado começaram quando as forças de segurança foram dispersar os manifestantes que se encontravam junto ao parlamento, local próximo da praça que concentrou o levante contra o ex-presidente Hosni Mubarak, no início do ano, e que voltou a ser o palco das reclamações contra o governo militar provisório que o substituiu.

As pessoas que cercaram o parlamento reclamavam a nomeação de Kamal-al-Ganzouri como primeiro-ministro. As queixas sãp porque al-Ganzouri foi um antigo primeiro-ministro de Mubarak e a sua presença novamente nos primeiros planos da política egípcia representaria um retrocesso. Ele, contudo, prometeu formar um gabinete multipartidário.

Em um pronunciamento pela TV, Ganzouri disse que recebeu "mais poderes" do que o chefe do gabinete anterior, Essam Sharaf, e não teria aceitado se acreditasse que o marechal Tantawi pretende continuar no poder. "Os poderes que me foram dados excedem todos os mandatos semelhantes", afirmou Ganzouri, titubeante e visivelmente desconfortável. "Assumirei autoridade plena e, portanto, sou capaz de servir meu país."

Também a cidade costeira e turística de Alexandria foi local de confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Cerca de dez mil pessoas saíram às ruas para exigir a saída do Conselho Militar e rejeitando a decisão que Kamal-al-Ganzuri assumisse o cargo de primeiro-ministro. O saldo dos enfrentamentos deixou várias pessoas e policiais feridos.

Os protestos de ontem (25) reuniram mais de 100 mil pessoas no centro do Cairo, sendo a maior manifestação desde o início da última onda de protestos, há uma semana.

Ao mesmo tempo, em resposta aos protestos antigoverno, outro grupo de cerca de 4 mil egípcios realizou uma manifestação pró-militares, alegando estarem representando o "Egito real"

As eleições parlamentares serão na próxima segunda-feira em meio a uma situação muito complicada, mas as autoridades militares seguem garantindo a votação.

A União Europeia assim como a ONU condenaram o uso excessivo da força contra civis depois da comprovação que algumas das vítimas fatais da última semana morreram a consequência de disparos de armas de fogos e gases tóxicos.

Com agências