Veranópolis discute implantação de campus da UFRGS na Serra

Ao som do jingle “UFRGS se liga, está perto de tudo, Veranópolis é a saída”, a Terra da Longevidade sediou a terceira e última audiência pública para debater com a comunidade a instalação de um campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na Serra Gaúcha.

O evento, promovido pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), aconteceu na última sexta-feira, 25, e reuniu mais de duas mil pessoas no Salão da Gruta Nossa Senhora de Lourdes. Além do espaço interno, ao lado do salão, na parte externa, foi montada uma estrutura com bancos e telão para acomodar os participantes.

O deputado federal Assis Melo (PCdoB), saudado como uma das principais lideranças do movimento UFRGS na Serra, foi um dos protagonistas da iniciativa por meio da ação de uma comissão da Câmara de Vereadores quando ainda integrava a Casa. A Comissão foi à UFRGS para consultar se haveria a possibilidade de uma extensão da universidade federal na região e obteve retorno foi positivo.

A partir daí, iniciaram diversos debates em torno do assunto com a realização de audiências públicas nas cidades de Caxias do Sul, em 23 de setembro, e em Bento Gonçalves, em 24 de outubro.

Em Veranópolis, o clima de festa e o sonho de uma universidade pública estavam estampados em cartazes que acompanhavam os estudantes e em faixas expostas que manifestavam o apoio dos municípios vizinhos e em defesa da cidade como sede para o campus.

Para Assis, “o mais importante é manter o espírito de unicidade e trazer a UFRGS para a Serra porque a universidade federal vai contribuir com a formação de jovens, comunidade, trabalhadores. Só temos a ganhar e estamos a poucos passos de concretizar esse sonho que se converterá em conquista”, ressalta Assis.

Mesmo que o parlamentar e a Amesne defendam a união pela instalação do campus na Serra, há intenso debate político para sediar a instituição. Prova disso, é que Caxias, Farroupilha, Garibaldi e Bento se colocaram à disposição para receber o campus em suas cidades.

Veranópolis, que lançou oficialmente a sua candidatura para receber o futuro campus da universidade na sexta-feira, comemorou o anúncio de representantes da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), que se comprometeram em doar área, para em parceria com a universidade, desenvolver uma instituição de ensino e pesquisa.

O diretor administrativo da Fepargo, Felipe Ortiz, disponibilizou 20 hectares da sua unidade no município para sediar as instalações da universidade federal.

Mas a principal novidade foi a possibilidade de instalação de mais de um campus na Serra, devido às características da região, anunciada pelo vice-reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann. E, segundo Oppermann, a UFRGS não decidirá sozinha o modelo de campus a ser implantado, tampouco o local, e que deseja contar com o apoio da Amesne nesse processo.

O vice-reitor pediu que a população sensibilize os congressistas para que aprovem a contratação de dez mil novos funcionários, entre eles professores, para as universidades federais, para que os futuros campus, como a da Serra Gaúcha, possam sair do papel. Ele também ficou impressionado com a proposta da Fepargo que estende a possibilidade de desenvolver ensino e pesquisa no local.

O prefeito e presidente da Amesne, Waldemar De Carli (PMDB), procura se manter isento na disputa entre as cidades. Para ele, o mais importante foi, acima de tudo, a participação e mobilizações das comunidades nesse processo.

“Estamos satisfeitos com a participação das comunidades envolvidas, mas continuamos preocupados com a efetiva instalação do campus na Serra Gaúcha. Agora, com calma e serenidade, vamos ver como poderemos contribuir para a escolha do modelo e do local, respeitando os critérios e anseios da UFRGS”, destaca.

O próximo passo será a realização de avaliação do processo de audiências públicas pela Amesne, que servirá de base para a elaboração do projeto político-pedagógico a ser registrado no Ministério da Educação. Os dados colhidos nas audiências passam a ser analisados a partir do dia 16 de dezembro, para então chegar a um consenso sobre a localização. A expectativa é que até o final deste ano seja definido o local que sediará o campus.

Estiveram presentes o deputado federal José Luiz Stédile (PSB) e, diversos prefeitos da Amesne, além do presidente da Associação dos Municípios do Planalto (Ampla), Solano Canevese.

Fonte: Asscom deputado Assis Melo