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Cristina Kirchner aposta na juventude para renovar governo

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, reeleita em outubro com 54% dos votos, resolveu apostar em um governo jovem ao escolher novos membros que irão compor seu segundo mandato. O novo governo inicia-se no próximo sábado (10).

Durante sua primeira gestão, Cristina contou com amplo apoio da juventude peronista, canalizada pelo movimento peronista La Cámpora. Esses jovens, deste e de outros movimentos peronistas, cresceram indignados contra o legado deixado pela ditadura, que matou seus familiares e até mesmo pais. Eles chegaram à idade adulta durante o governo neoliberal de Carlos Menem. Além de ajudar a derrubá-lo, apoiaram também a queda de Fernando de la Rúa.

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Com a chegada de Néstor Kircher ao poder em 2003, a maior parte desses jovens passa a apoiar o governo. Cristina, contudo, soube aproveitar esse movimento e trazê-lo para junto de seu governo. Atualmente, os integrantes de La Cámpora — que é comandada por Máximo, filho dos Kirchner — são quadros do governo e têm autonomia para fazer nomeações em certos órgãos.

Linha de governo será a mesma

Após três meses de mistério sobre as mudanças ministeriais, o porta-voz da presidência anunciou três mudanças no governo. A manutenção da maior parte do gabinete, no entanto, é um sinal de continuidade das políticas que vêm sendo implementadas desde a eleição de Néstor Kirchner há oito anos.

Para o cargo de chefe de gabinete, Cristina nomeará Juan Manuel Abal Medina, até agora secretário de Comunicação Pública. Medina defendeu ampla e abertamente a aplicação da Lei dos Meios argentina, cujo objetivo é impedir a formação de monopólios impondo limites à concentração e fixando cotas à quantidade de licenças por tipo de meios. Medina tem 43 anos e uma longa trajetória como pesquisador e professor de ciências políticas.

Ainda mais jovem, o ministro da Economia, que substituirá Amado Boudou, 48, que foi eleito vice-presidente da Argentina, tem 39 anos apenas. Hernán Lorenzino integrava a equipe de Boudou. Possui boa relação com os bancos e visual informal, com cabelos compridos e barba por fazer. A expectativa é de que mantenha a política econômica de Boudou.

O Ministério da Agricultura também sofrerá alterações em seus quadros. O ministro Julián Domínguez deverá deixar o cargo, que será ocupado por Norberto Yahuar — atual secretário de Pesca.

Da redação do Vermelho,
Vanessa Silva, com informações da Efe