Cenário internacional leva China a focar crescimento em 2012
Líderes chineses se comprometeram nesta quarta a manter o crescimento e a estabilidade social em meio ao crescente risco mundial. Para tanto, vão acelerar gastos sociais e ampliar o consumo interno. O combate à inflação deverá ficar em segundo plano.
Publicado 15/12/2011 12:43
A declaração de quarta-feira vem num momento em que autoridades chinesas mudaram o foco: em vez de controlar a inflação — que foi a prioridade máxima nos últimos 12 meses —, elas estão priorizando isolar a China dos problemas econômicos da Europa, que já abalaram o crescimento das exportações do país.
China vai tentar promover a expansão da demanda interna para compensar a desaceleração da economia mundial, disse um comunicado divulgado após a mais importante reunião anual do governbo sobre economia. O objetivo do encontro era definir as diretrizes para o ano que vem.
"Estabilidade significa manter a política macroeconômica basicamente estável, crescimento econômico relativamente rápido, preços ao consumidor estáveis e estabilidade social", diz a nota.
A posição de aquecer o mercado interno na China é auspiciosa para muitos países que, como o Brasil, têm dependido do consumo chinês para grande parte de suas exportações de matérias-primas como soja e minério de ferro.
Na avaliação do governo chinês, a recuperação da economia mundial continuará "instável e incerta" por causa da desaceleração e dos mercados financeiros "em caos".
Diante disso, as autoridades chinesas vão promover a demanda doméstica e gastos sociais para tornar o desenvolvimento econômico mais "inclusivo", disse o comunicado. "O foco na expansão da demanda interna deve ser mais no sentido de proteger e melhorar a condição de vida dos cidadãos", afirma o documento.
A economia do maior parceiro comercial do Brasil vem desacelerando ao longo deste ano, por causa das políticas restritivas do governo e da piora do cenário internacional. O crescimento do PIB desacelerou para 9,1% no terceiro trimestre deste ano, em termos anualizados, contra 9,7% no primeiro trimestre. Já a inflação dá sinais de que estar sob controle.
No mês passado, o índice de preços ao consumidor acumulado em 12 meses caiu para 4,2%, bem menor do que o pico de 6,5% de julho.
China-Brasil
A China fechará 2011, pelo terceiro ano consecutivo, como o maior parceiro comercial do Brasil.
Até novembro, o intercâmbio entre os dois países chegou a US$ 70,8 bilhões, já bastante superior aos US$ 56,4 bilhões registrados em todo o ano passado.A balança comercial continua favorável ao Brasil: um saldo de US$ 10,5 bilhões de janeiro a novembro.
Com agências