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Em visita ao Peru, Evo Morales fortalece relações bilaterais

O presidente da Bolívia, Evo Morales, cumprirá nesta sexta-feira (23) seu segundo dia de visita a Cusco, no Peru, depois de uma jornada de intensa atividade oficial com seu homólogo anfitrião, Ollanta Humala.

O mandatário cumpre um breve período de descanso natalino com seus dois filhos, em uma visita que entrou em sua fase pessoal e que incluirá um percurso pelo santuário inca de Machu Picchu.

O presidente Morales recebeu intensas demonstrações de reconhecimento popular, manifestado na quinta-feira (22) nas atividades que cumpriu com Humala, a quem apoiou e manifestou apreço e admiração pessoal.

O mandatário indígena boliviano disse estar convencido de que seu anfitrião "chegou à Presidência para servir a seu povo" e desconsiderou comentários sobre a virada à direita de Humala, que atribuiu a versões de setores políticos e da imprensa que escondem a verdade.

Depois de manifestar sua satisfação pela reunião de três horas nesta quinta-feira (22) com seu anfitrião, Morales manifestou que "nossos povos são vizinhos, irmãos, com a mesma história e luta, temos que trabalhar juntos".

Assinalou ter escolhido Cusco para passar o Natal por tratar da capital do império dos Incas e palco de levantamentos e rebeliões.

Relações entre os países

Destacou a importância da reunião, na qual assinou com Humala uma declaração conjunta que recolhe as coincidências entre ambos, em matéria regional e de integração com conteúdo de inclusão e "diplomacia social" fronteiriça.

Também falaram sobre a demanda boliviana de uma saída ao mar, que o Peru respalda, segundo expressou Humala; e sobre a aprovação parlamentar peruana de acordos para novas facilidades à Bolívia no porto de Ilo. Em diálogo com a imprensa, Morales destacou que o tema marítimo é bilateral — com Chile, país ao qual a Bolívia propõe a demanda por ter conquistado sua costa no século 19 —, mas também regional porque tem a ver com a integração.

O dirigente visitante descartou o argumento chileno de que o tratado de limites de 1904, que consagrou essa conquista, definiu a fronteira bilateral e é intocável. Afirmou ainda que esse documento é "injusto e imposto pela força" e eventualmente turvo.

No plano regional, a declaração assinada por Humala e Morales ratifica o "decidido apoio e compromisso" de ambos com a recém criada Comunidade de Estados Latino-Americano e Caribenhos (Celac), como mecanismo que garantirá a unidade e integração regional.
Ambos estadistas reafirmaram seu compromisso com a União de Nações de América do Sul e com a Comunidade Andina de Nações. Humala apoiou a realização da 42ª Assembleia Geral da Organização de Estados Americanos (OEA) na cidade boliviana de Cochabamba, Bolívia, de 3 a 5 de junho de 2012, dedicada à "Segurança Alimentar com Soberania".

Fonte: Prensa Latina