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China e Japão conversaram sobre uso de moeda e Coreias

O premiê japonês, Yoshihiko Noda, concluiu nesta segunda-feira (26) sua visita oficial à China, durante a qual ambas as partes abordaram temas das relações bilaterais, como a adoção do uso das duas moedas – iuane e iene – entre as duas partes e a situação na península coreana, entre outras questões.

O chefe de governo japonês reuniu-se na viagem tanto com o presidente Hu Jintao, como com seu homólogo Wen Jiabao. Noda e Hu concordoram em dar novo impulso às relações bilaterais, segundo versões oficiais dessas conversas.

A importância da visita do premiê japonês foi destacada no momento que os dois países se preparam para celebrar os 40 anos da normalização dos vínculos diplomáticos.

"O fortalecimento das relações entre nossos países é necessário para resolver problemas regionais e globais", disse o premiê a seu interlocutor, com quem dialogou em uma cúpula do Foro de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico no Havaí, no mês passado.

A situação na península coreana também foi um tema presente nas conversas bilaterais, por ser a China a anfitriã das conversas multilaterais de seis lados para a desnuclearização da Península Coreana. O Japão, junto com Rússia, Estados Unidos, Coreia Democrática e Coreia do Sul realizaram rodadas de negociações.

Nesse sentido, Noda e Wen concordaram que a manutenção da paz e estabilidade na Península Coreana corresponde aos interesses de todos os países e partes envolvidos nesse processo, paralisado desde o fim de 2008 e o qual se procura reabrir.

No encontro, os chineses reafirmaram o desejo do país de trabalhar com o Japão para promover o uso direto de suas respectivas moedas no comércio entre a segunda e terceira economias do mundo, objetivo que o Banco Popular (Central) do gigante asiático estimulará, segundo anunciou essa instituição pouco depois das conversas.

Esse passo poderia ajudar a reduzir os riscos pelas flutuações no tipo de mudança de divisas e o custo das transações, de acordo com a fonte. A China sinaliza assim o desejo de colocar de lado o dólar como moeda comum para transações entre os dois países.

Wen agregou que seu país deseja acelerar o processo para criar uma zona de livre comércio com o Japão e a Coreia do Sul, assim como aumentar a cooperação monetária e financeira regional.

Como parte desta visita, os chefes das duas nações assinaram um documento relacionado com intercâmbios juvenis e um memorando de entendimento com vista a lançar um fundo de investimentos para energia limpa e proteção do meio ambiente.

Pequim estudará uma solicitação para emprestar dois ursos Panda a um zoológico na cidade de Sendai como estímulo à população local em sua recuperação do terremoto e tsunami de março passado, processo no que China prometeu reforçar a cooperação.

Segundo a mídia chinesa a julgar pelos contatos, incluídas as conversas com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Wu Bangguo, a visita de Noda deve constituir o início de uma nova etapa das relações bilaterais no caminho à efeméride do próximo ano.

Pelo momento, os vínculos parecem recuperar parte do terreno perdido depois do incidente de setembro de 2010 entre guarda-costas japoneses e um barco pesqueiro chinês próximo das ilhas Diaoyu (Senkaku para Tóquio), no mar da China Oriental, o qual afetou seriamente seu desenvolvimento.

Com informações da Prensa Latina