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Ipea: investimento público cai no 1º ano do Governo Dilma

A taxa de investimento público alcançou o maior patamar do período pós-real no ano de 2010, mas há indícios de queda em 2011. Essa é uma das principais conclusões do estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quinta-feira (29). A taxa de investimento público no Brasil está hoje em cerca de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), indica o estudo. O porcentual é menor que o verificado no último trimestre de 2010, de 2,9% do PIB.

O estudo sobre “Como anda o investimento público no Brasil?” analisa os investimentos públicos no período de 1995 a 2011 e alguns fatos que explicam esse comportamento, como as relações com o crescimento econômico e o ciclo eleitoral.

Segundo o Ipea, a queda recente na taxa de investimento público pode ser resultado de um comportamento cíclico, registrado em períodos pós-eleitorais. "Não se pode rejeitar a hipótese de que a evolução do investimento no ano de 2011 não está sendo atípica, mesmo que existam fortes indícios de desaceleração", diz o estudo do Ipea, apresentado pelo coordenador de Finanças Públicas do Instituto, Claudio Hamilton, e pela chefe da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea, Luciana Acioly.

Eles lembram que a maior parte dessa redução parece ser explicável pela influência do ciclo eleitoral e dos ajustes fiscais comuns aos primeiros anos após as eleições de governadores e presidencial.

"Vale lembrar que no início do ano o governo federal anunciou cortes orçamentários da ordem de R$50 bilhões com intuito de cumprir a meta cheia de superávit primário no ano de 2011 e, no final do mês de agosto, manifestou a intenção de superar essa meta (o que ainda não foi aprovado) e realizar uma economia extra da ordem de R$10 bilhões", reiteram.

O documento do Ipea diz ainda “não é possível concluir, ao menos por enquanto, que tenha havido uma interrupção da tendência de retomada do investimento público iniciada em 2004, após serem eliminados os efeitos cíclicos e sazonais. A manutenção da tendência de expansão do investimento público que, como vimos, guarda correlação com o crescimento econômico, dependerá das decisões a serem tomadas futuramente e da capacidade das autoridades de criarem espaço fiscal para os investimentos."

E o estudo destaca que o próprio governo federal tem manifestado reiteradamente a intenção de preservar dos contingenciamentos orçamentários os investimentos considerados prioritários, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

De Brasília
Com informações do Ipea