Arcebispo defende que mulher que aborta merece ser estuprada
O arcebispo de Granada, na Espanha, Javier Martínez, causou polêmica neste último domingo (31/12), durante uma missa, ao afirmar que o estupro é válido em mulheres que já fizeram aborto voluntariamente.
Publicado 02/01/2012 13:37
Para Martínez, "matar uma criança indefesa, em um ato proferido pela própria mãe, dá ao homem a licença absoluta, sem limites, de abusar do corpo desta mulher, porque ela trouxe a tragédia para a própria vida". As informações são do jornal argentino Diario Registrado.
O religioso espanhol realizava sua homilia no último dia do ano e aproveitou para criticar a Lei do Aborto, na Espanha.
A lei, aprovada pelo regime socialista de José Luis Zapatero (2004-2011) no primeiro ano do antigo governo, legalizava o aborto para mulheres com até 14 semanas de gravidez, ou em 22 semanas, no caso de risco para a gestante.
Entretanto,o dispositivo poderá ser revogado pelo recém-empossado governo do PP (Partido Popular), de tendência conservadora e ligado à Igreja Católica.
O arcebispo comparou a medida com o regime nazista de Adolf Hitler. Para ele, os crimes cometidos pelo regime alemão não eram tão repugnantes quanto o ato do aborto.
Aborto no Brasil
No Brasil é possível fazer o aborto legal em casos de gravidez por estupro ou feto anencefálico. Em todos os demais casos o aborto é ilegal.
Inúmeras entidades dos movimentos sociais lutam pela legalização do aborto no país. Nas clínicas clandestinas, ou mesmo dentro de casa, o aborto é a quarta causa de morte entre as mulheres brasileiras. Além disso, dezenas de mulheres são processadas e muitas são até presas por terem feito um aborto.
Segundo as entidades, a mulher tem o direito de decidir sobre o seu corpo. Os movimentos também alegam que o Estado deve ser laico e não regido por princípios religiosos, tal qual acontecia durante a Idade Média.
Da Redação, com agências