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Governo líbio admite dificuldades para desmantelar milícias

Assessores do novo governo líbio defenderam nesta sexta-feira (6) a tese de que desarmar e reinserir socialmente milhares de milicianos baseados na capitgal, Trípoli, é a maneira mais conveniente para aplacar tensões e evitar novos episódios violentos.

Tanto funcionários do governo como simpatizantes do autoproclamado Conselho Nacional de Transição (CNT) comentaram feitas em Washington pelo conselheiro governamental de segurança Alí Tarhouni, que defendeu um "enfoque integral" do tema.

Apesar de não cumprir sucessivos prazos, o governo nacional e o de Trípoli foram incapazes de enviar para seus lugares de origem os milicianos agrupados em brigadas, em particular de Misratah e Zintan, duas das mais poderosas e estruturadas.

Tarhouni alertou que um revés nesse delicado processo de reordenamento poderia derivar em uma "violência desestabilizadora" e destruir o pretendido desenvolvimento político da Líbia, por isso sugeriu dar aos jovens milicianos uma "perspectiva para o futuro".

A precária situação econômica e o abandono social são dois dos principais problemas que enfrentam agora os homens que se levantaram em fevereiro de 2011 contra Muamar Kadafi, incentivados e apoiados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Diante do fracasso das pressões, o CNT pareceu inclinar-se por reforçar a perspectiva social, mas o ex-primeiro ministro da Líbia admitiu "não estar seguro de que essa seja realmente a via".

"Você precisa olhar suas necessidades em termos de trabalhos, o problema de qualificá-los, atender os aspectos educativos e de saúde. A maioria das pessoas deseja regressar a sua vida normal, o problema é que não há alternativa para elas", enfatizou Tarhouni.

O tema do desarmamento ganhou força devido aos confrontos da quarta-feira entre ex-sublevados de Trípoli e de Misratah, a terceira cidade da Líbia, depois do que o chefe de gabinete interino, Abdel Rahim El-Keib, advertiu que o país poderia cair em uma guerra civil.

"O que é inegável é que o governo fracassou em envolver muitas dessas organizações armadas em um diálogo dirigido a reduzir sua capacidade para esses combates", agregou.

Citado por meios locais que resenharam sobre o debate do delicado assunto, o chefe de gabinete afirmou que "se essas milícias continuam intactas e com suas armas, então o diálogo entre elas e o resto de nós será difícil".

Prensa Latina