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Embaixador cubano no Brasil destaca importância da Celac

O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, afirmou nesta terça-feira (10) que a constituição da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) fecha um ciclo e abre outro na história regional, que estará marcado pela integração.

Em entrevista que divulga a TV Cidade Livre, o canal comunitário de Brasília, Zamora sustentou que com a Celac, a América Latina e o Caribe entram em uma etapa nova e diferente, apesar da diversidade cultural, étnica, econômica e política com que cada país da região maneja seus próprios modelos de desenvolvimento.

"Há um compartilhamento de critérios", apontou, no sentido de que frente ao atual momento internacional, "a América Latina e o Caribe têm um papel que cumprir e a única forma de enfrentar a atual crise financeira mundial é com a integração, já que – asseverou – sozinhos não podemos. Inclusive, indicou, países grandes e ricos como Brasil têm plena consciência e clareza de que individualmente não podem enfrentar esta adversa situação".

A Celac, ressaltou o diplomata cubano, é buscar-nos em nós mesmos, sem participação de fora.

"É" – sublinhou -" ir às nossas origens mas não para olhar para o passado, mas sim observar o futuro e os desafios que temos para ver como abordaremos, conjuntamente, as soluções em um mundo que é complexo, difícil, e onde os desafios não só estão nas áreas econômica ou social".

Também, agregou, "os desafios estão na busca da paz internacional, a salvação do planeta e em como garantimos uma vida digna e adequada para nossos habitantes, com a preservação do meio ambiente e com um desenvolvimento sustentável".

Zamora destacou o papel do Brasil na criação da Celac, que começou na reunião efetuada na Costa do Sauípe, Bahia, em dezembro de 2008, seguida pelo encontro em Cancún, México, e concluída com sua constituição oficial em Caracas, Venezuela, em dezembro passado.

Interrogado sobre o papel de Cuba na Celac, o diplomata assegurou que "a América Latina e o Caribe encontrarão em Cuba uma parte indispensável do todo. Nós saberemos contribuir de uma maneira efetiva a que este processo integracionista possa avançar com realismo, com um sentido pluralista e aberto, sobre a base da unidade", sustentou.

"Estamos seguros de que o processo irá ganhando velocidade e força porque está no interesse básico dos países latino-americanos e caribenhos, e de nossos povos. Não resulta nada imposto, senão uma necessidade coletiva, e será um processo que tenderá a se impor e avançar nos diferentes campos", afirmou.

Como modelos de cooperação que servirão de exemplo à Celac, Zamora mencionou a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Caribenhos (Caricom).

Assim mesmo, mencionou a colaboração conjunta de nações latino-americanas com Haiti e em particular o acordo tripartido Cuba-Brasil-Haiti para a criação de um sistema sanitário nessa nação caribenha, vítima nos últimos anos de um devastador terremoto e uma epidemia de cólera, unidos à situação de país mais pobre da região.

"Nessas características está o gérmen do que tem que ser uma nova integração da região, que deve ser de ampla participação popular, de benefício social", ressaltou.

"Deve garantir também uma economia sólida e forte, capaz de seguir crescendo e, além disso, crescer com sustentabilidade, isto é, preservando o meio ambiente e conservando a saúde do planeta", asseverou o diplomata cubano.

Fonte: Prensa Latina