Indígenas bolivianos retomam marcha pelo Tipnis
A marcha que exige a construção de uma estrada no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Sécure (Tipnis) abandonará nesta terça-feira (10) a localidade de Pongo, onde permaneceu durante os últimos três dias.
Publicado 10/01/2012 14:45
Os manifestantes chegaram na sexta-feira (6) a Pongo, a 75 quilômetros de Cochabamba e a uns 350 de seu destino final, La Paz, para jornadas de descanso, que se estenderam a três dias devido ao anúncio de que uma comissão do Legislativo iria receber seu pleito.
Vários senadores do partido do governo Movimento ao Socialismo (MAS) e dois da opositora Aliança Social (AS) encontraram-se com os manifestantes, que entregaram um pacote de três exigências.
Os indígenas também lembraram à comissão que seu objetivo era chegar a La Paz a propor suas demandas na sede do governo.
O cacique maior de Conisur, Gumercindo Pradel, advertiu que isto foi só um encontro, mas a marcha continuará, porque é histórica e legítima.
Segundo Pradel, a caminhada, que partiu no dia 17 de dezembro da localidade de Isinuta, no trópico de Cochabamba, chegará a La Paz, centro do poder político da Bolívia, para alçar sua voz e exigir o direito à consulta sobre a construção ou não da estrada, que pretende integrar o norte de Bolívia com o resto do país.
Para Pradel, a estrada é uma necessidade para o desenvolvimento e a inclusão dos habitantes do Tipnis.
Entre outros pedidos, demandan a implementação de um plano de desenvolvimento para o Tipnis, que contemple temas de saúde, educação, cuidado da Mãe Terra, desenvolvimento produtivo e serviços básicos.
Enquanto isso, a senadora Sonia Guarda assegurou que as propostas serão analisadas na Assembleia Legislativa Plurinacional, como se consideraram em seu momento as propostas dos dirigentes que lideraram a marcha contra a construção da via.
A Lei Curta 180 implementou-se desde outubro passado, quando outra marcha indígena chegou até o Governo e se entrevistou com o presidente Evo Morales.
O conflito pelo Tipnis poderia resultar em uma consulta popular, só que os analistas não sabem se será para todo o país, dos departamentos de Beni e Cochabamba – aos quais pertence o Tipnis – ou só para os habitantes do referido parque nacional.
Fonte: Prensa Latina