Ministério Público apura omissão de Kassab em favela incendiada
O Ministério Público Estadual anunciou a abertura de inquérito civil para apurar ilegalidades ou omissões cometidas pela prefeitura de São Paulo em relação às medidas adotadas após o incêndio na favela do Moinho, na região central da cidade. O promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo Maurício Antonio Ribeiro Lopes recebeu informações de que houve atendimento insatisfatório às famílias que ficaram desabrigadas em virtude do fato, ocorrido no dia 22 de dezembro.
Publicado 10/01/2012 14:54
A interrupção de duas linhas de trens metropolitanos e a implosão malograda do antigo prédio do Moinho, com custo de R$ 3,5 milhões aos cofres da administração municipal, também serão alvo da apuração.
O promotor quer saber da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) as condições de segurança para circulação das locomotivas após a implosão. O prefeito Gilberto Kassab contratou os serviços de duas empresas privadas em caráter emergencial alegando que a derrubada do edifício era necessária para devolver a normalidade ao sistema de transporte coletivo, mas apenas uma parte do edifício caiu.
Embora o prefeito considere que a operação foi bem sucedida, especialistas ouvidos por diversos veículos de comunicação consideraram fracassada a tentativa de implodir as estruturas e manifestaram estranhamento com a notícia de que 800 quilos de dinamite foram utilizados, uma quantidade considerada excessiva.
O Ministério Público solicitou ainda acesso a todos os contratos firmados pela prefeitura, incluindo os laudos técnicos sobre o prédio. Da Secretaria Municipal de Habitação, Lopes espera obter o número de famílias cadastradas após o incêndio, a situação de cada uma delas e todas as providências adotadas até agora. Na segunda-feira (9), um engenheiro do Ministério Público realizou uma vistoria no edifício parcialmente implodido. O resultado da análise será somado à investigação.
Fonte: Brasil Atual