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Dilma confirma presença no Fórum Social Temático 2012

A presidente Dilma Rousseff é esperada no Fórum Social Temático 2012. Sua participação está prevista para a noite de quinta-feira (26), em um dos encontros principais do fórum, que será no Gigantinho, o ginásio de esportes do Internacional, em Porto Alegre (RS). Oito ministros devem fazer parte do grupo do governo federal no evento, que têm três linhas de ação e de discurso político nas discussões preparatórias para a Rio+20.

A primeira de negociar as propostas que o Brasil levará à Rio+20, tentando ampliar consensos. A segunda de defender a posição que o governo adota contra a crise econômica global. Em, porfim, vender a principal bandeira da gestão atual o programa de erradicação da miséria.

A atuação de Dilma está sendo articulada pela Secretaria Geral da Presidência, principal interlocutora dos movimentos sociais desde a administração Lula.

Apesar de o Fórum ter foco na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o encontro acontece em meio à crise econômica internacional e, por isso, a Secretaria acredita que o governo não pode deixar de abordar o assunto. Sobretudo, porque o Fórum sempre atrai a atenção de militantes e ativistas políticos com interesses gerais, não apenas temáticos.

A exemplo do ex-presidente Lula, que em 2008 e 2009, quando explodiu a crise financeira internacional que até hoje produz consequências, Dilma toma decisões de enfrentamento da crise privilegiando a geração de emprego e renda. É uma aposta no mercado de consumo de massa que, há três anos, já se mostrou capaz de proteger o país das turbulências externas.

“Os governos Dilma e Lula partem do pressuposto de que não se pode desestruturar a parcela da população que vive do trabalho para combater os efeitos da desestabilização econômica”, diz Diogo de Sant'Ana, assessor especial Assuntos Internacionais da Secretaria Geral da Presidência.

A política econômica do Brasil será debatida entre a presidente Dilma e chefes de Estado e personalidades internacionais que estarão no fórum. As medidas tomas pelo governo brasileiro contrastam com a solução aplicada onde a crise é maior, nos países europeus, que para sanar a dívida pública buscam soluções ortodoxas como corte de gastos e de direitos trabalhistas, além da redução de salários.

Segundo o assessor especial da Presidência da República, as ações de combate à miséria, incluindo políticas de assistência social como o Bolsa Família e demais ações integradas do programa Brasil Sem Miséria, estarão também na pauta. “Queremos defender que não é possível promover o desenvolvimento sustentável sem combater à pobreza e garantir condições de vida dignas à população”, acrescentou.

Aparando arestas

O governo debaterá as propostas brasileiras para a Rio+20, buscando aparar as arestas que ainda encontram resistência na sociedade civil organizada. O texto base, contendo as propostas brasileiras, foi enviado à Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro, como os demais países. Ele esta sujeito a negociações até a abertura da Conferência, em junho.

“Nós sabemos que temas polêmicos irão surgir durante o debate, mas todas as conversas que mantivemos com o comitê organizador do evento nos levam a acreditar que será possível construir este consenso”, afirma Sant'Ana.

O diretor de Participação Popular da Secretaria Geral, Pedro Pontual, lembrou que as propostas que constam no documento oficial do governo já vinham sendo amplamente discutidas com a sociedade civil. Por isso, a expectativa é de que é possível construir um consenso durante o fórum.

“No ano passado, o governo participou de um processo de debates que envolveu mais de 70 instituições e redes, convocado justamente para construir este nível de consenso”, diz Pontual.

Fonte: Carta Maior