Chávez: candidatos da oposição são todos iguais
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, reiterou em uma entrevista divulgada neste domingo (22) que o primeiro acerto da Revolução foi o de manter uma linha justa e ser consequente com o processo.
Publicado 22/01/2012 18:57
Durante a entrevista realizada pelo jornalista e ex-vice-presidente da República José Vicente Rangel, Chávez recordou o significado do 4 de fevereiro de 1992 e do 2 de fevereiro de 1999.
O mandatário precisou que o 2 de fevereiro "é consequência direta do 4, embora creio que este último foi um acontecimento legitimado inclusive antes de ocurrido".
Aqui, agregou, houve uma tormenta, com raios e trovões, mas foi algo legitimado pelo povo. Para lembrar: em 4 de fevereiro de 1992 eclodiu a insurreição cívico-militar contra o governo neoliberal, quando Hugo Chávez começou a afirmar a sua liderança.
Chávez precisou que foi muito importante a aliança das Forças Armadas com o povo. Segundo o líder da revolução Bolivariana, essa união foi e é vital, porque não é possível fazer uma Revolução sem o apoio dessas duas grandes colunas.
Chávez fez uma análise dos primeiros anos e da ofensiva que teve de empreender, começando com a Assembleia Constituinte e prosseguindo com a aprovação de leis como a de terras e a do petróleo. "Ali começou uma grande batalha", afirmou o estadista venezuelano.
Em outro momento da entrevista, Rangel perguntou ao presidente sobre a sua intervenção de prestação de contas perante a Assembleia Nacional e de como pôde suportar tanto tempo de pé, pois foram cerca de 10 horas.
O presidente respondeu: "É que quando se tem uma grande responsabilidade, é um desafio, são forças que se tem por dentro e em uma situação determinada essas forças se manifestam”.
Chávez falou também sobre as eleições de 7 de outubro próximo e o reconhecimento destas por parte da oposição. Depois de confirmar que se perder, seria o primeiro a reconhecer a derrota, disse que deseja que a oposição faça o mesmo.
Quanto às eleições primárias das forças oposicionistas programadas para o próximo 12 de fevereiro, Chávez assinalou que "já escolheram o candidato, digo isto porque todos são iguais, todos representam o mesmo, são os candidatos da burguesia mais radical e do império ianque".
O líder revolucionário disse que vai lutar para obter 10 milhões de votos, mesmo que alguns estejam fazendo falsas apostas e considerem que ele não terá forças para enfrentar a campanha.
"Estão apostando em falso, mas estamos começando o ano e eu creio que estou começando muito rápido porque tenho muita vitalidade e muita gana e esqueço o que aconteceu”, enfatizou.
Por último, Chávez disse que se sente cada vez melhor.
Missões
Em outro pronunciamento no domingo, durante a transmissão do programa "Alô, Presidente", Chávez fez uma reflexão sobre a importância que têm para o país as grandes missões "como um novo conceito estratégico para acelerar a transição ao socialismo".
O presidente acentuou que as missões demonstram como é “impressionante” o quanto o povo crê no seu governo. E comparou com a falta de apoio da oposição: "Vamos ver se algum setor da oposição faz um chamamento e quantos vão comparecer. O povo acredita em nós e isso implica um compromisso muito maior".
O chefe de Estado abordou o tema de como a oposição acusa constantemente que as missões são populismo do governo e uma forma de distribuir dinheiro para ganhar as eleições.
O líder da Revolução precisou que as grandes missões continuarão. Agora é a vez da sexta missão, Segurança. Já funcionam a de Habitação, a Agro-Venezuela, a Filhos da Venezuela, a Amor Maior e a Saber e Trabalho.
Chávez pediu aos beneficiários destas missões que também contribuam. O Estado o faz com recursos econômicos, "a contribuição dos cidadãos deve ser incorporando-se à educação, ao trabalho", entre outras tarefas, disse.
Da mesma forma, aprovou recursos para reabilitar a infraestructura viária este ano e autorizou operações e projetos, entre os quais a compra de aeronaves ao Brasil e aos Emiratos Arabes Unidos para o Consórcio Venezuelano de Indústrias Aeronáuticas e Serviço Aéreo.
Prensa Latina