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Celular mudo: culpa do Sol?

Parte dos clientes da operadora Claro na capital paulista e em cidades no Rio Grande do Norte, como Mossoró, enfrentaram no domingo (22) e continuam enfrentando nesta segunda (23) dificuldades para receber e realizar chamadas.

Por Christiane Marcondes

Explosões solares - Nasa

Talvez “dificuldade” não seja a palavra certa, mas “impossibilidade”. Não é possível realizar chamadas do celular nem para o 1052 – número da operadora que deveria ouvir as reclamações dos clientes.

De acordo com a empresa, o problema em São Paulo ocorre devido a uma falha de equipamento de um dos seus fornecedores, o que estaria afetando uma parcela dos assinantes da rede 3G na cidade.

Já no Rio Grande do Norte, a instabilidade ocorre em função da queda de um raio que atingiu um de seus equipamentos.

Os robóticos atendentes da Claro ainda não culparam as explosões solares pela falha nos serviços por um único motivo: esta justicativa não está no menu de opções. (Que é longo, injustificado e, principalmente, menospreza a inteligência do mais ignorante dos usuários)

Mas é fato que atividade solar intensa pode causar problemas nas telecomunicações por satélite. As erupções, quando chegam ao campo magnético da Terra, provocam um aumento da atividade geomagnética.

O Serviço Geológico Britânico (BGS) já chegou a emitir um alerta, há um ano, dizendo que luzes noturnas decorrentes da atividade solar poderiam ser observadas no norte do Reino Unido e que esse tipo de atividade radioativa pode afetar nossas comunicações e navegação via satélite, redes elétricas e operações de aeronaves que voam em altitudes elevadas.

Além disso, em 1972, uma tempestade geomagnética provocada por um feixe solar derrubou a rede de comunicações do Estado americano de Illinois. E, em 1989, a rede elétrica de Québec, no Canadá, foi prejudicada pela atividade solar.

Há controvérsias, mas especialistas dizem que o Sol está "acordando", após um período de diversos anos de pouca atividade. As erupções e consequentes feixes luminosos seriam causados por uma repentina liberação de energia magnética guardada na atmosfera solar.

O BGS acredita que o estudo das atividades solares prévias pode ajudar a estabelecer previsões sobre feixes futuros e evitar eventuais danos a infraestruturas terrestres.

Enquanto o mistério astronômico permanece mistério para nós, leigos, temos que ficar com a nota da Claro aos assinantes, na qual "pede desculpas pelo transtorno causado" e diz que "já está trabalhando para solucionar o problema o mais rápido possível".

No Twitter, os usuários reclamam e relatam que o problema ocorre há alguns dias: "A #Claro ainda não está funcionando. Já [estou] me estressando com essa operadora, que há mais de 48 horas não funciona", afirmou Keyson Cunha.

com informações da Folha e da Nasa