FST: Davos erra ao não antever falta de sustentabilidade
Críticos do capitalismo e da globalização voltaram a se encontrar em centenas de eventos em Porto Alegre e cidades da região metropolitana nesta quarta-feira (25) em uma versão temática do Fórum Social Mundial, criado em 2001 como um dissenso do encontro econômico anual de Davos.
Publicado 27/01/2012 16:40
Além de decretar que Davos "errou" por não prever uma crise econômica tão longa, as principais vozes à frente do evento social nos últimos 10 anos fizeram o alerta de que o novo erro do Fórum Econômico Mundial é não se antecipar para os problemas da falta de sustentabilidade.
"Davos está sempre atrasado, faz a velha filantropia" disse um dos idealizadores do encontro, Oded Grajew.
Mesmo com o anúncio do Fórum Econômico Mundial de que quer debater neste ano caminhos diferentes para o crescimento e desenvolvimento, a crítica vinda de Porto Alegre é de que as grandes economias não agem para resolver as causas – como a desigualdade social.
"O Fórum Econômico dizia que não tínhamos alternativa, por isso surgiu o Fórum Social Mundial. Davos não conseguiu prever a crise econômica, nós avisamos que o modelo estava esgotado havia mais de 10 anos. Agora o alerta é ambiental", afirmou Grajew.
A presidente Dilma Rousseff, que chegou a Porto Alegre nesta quarta-feira (25), participa na quinta de dois eventos do Fórum Social Temático. Um com a coordenação do encontro e outro com movimentos sociais. Uma das cobranças que ouvirá será em relação aos desafios da organização da Rio+20, que acontece no Brasil em junho.
Em um dos debates, nomes como a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o teólogo Leonardo Boff e frei Betto discutiram a necessidade de uma agenda da sociedade civil para a Rio+20.
"Hoje, não mudar é retroceder. E temos pouco tempo", afirmou Boff. Ele demonstrou preocupação com a falta de vontade de governos em firmar compromissos ambientais.
Fonte: Reuters Brasil