Daniel Ilirian: Deus existe? O câncer sim
O câncer está na moda. E ele não discrimina ninguém. Acomete artistas, acometeu Hugo Chávez. Acometeu a presidenta, acomete o ex- presidente. E acomete muita gente. O pai de meu pai teve câncer, era corintiano e fumante empedernido. O pai de minha mãe teve câncer, e uma depressão acelerou a doença.
Por Daniel Ilirian*
Publicado 04/02/2012 17:41
O câncer é silencioso, traiçoeiro. Maus hábitos, como fumar, podem atraí-lo, assim como simplesmente a genética. Quando se depara com o diagnóstico, a pessoa toma um baque. Desespero, para ser mais preciso. Faz pensar se Deus existe e se Dele é uma punição. Confia-se na competência médica. O câncer queda os cabelos e usurpa o apetite. Só uma paixão tira mais o apetite. Mas não tira a vida. Felizmente é possível preservar o que há de mais caro ao ser humano.
O tratamento oncológico é bastante duro, mas pode ser bastante eficaz. A medicina avançou bastante de modo geral, e principalmente na oncologia. A tecnologia tem contribuído para a profunda revelação dos tumores, e o que antes significava sentença e condenação, hoje pode significar cura e esperança.
Hoje, 4 de fevereiro, é o dia mundial de combate ao câncer e os casos tão notórios devem servir de alerta para prevenir e evitar abusos. Ninguém está livre e os cuidados são muito simples. O que antes víamos muito em filmes está nos noticiários, mais perto do que se imagina. O câncer é real e atinge muitas famílias. Uma doença que se revela e revela muitas coisas. É preciso apoio de todos os lados. Em São Paulo, a lei antifumo foi um grande avanço a despeito das discussões jurídicas sobre sua constitucionalidade.
As propagandas de cigarro já não existem mais, mas o consumo, a dependência e os problemas de saúde delas causadas estão aí. Quem sofre ou já sofreu com isto sabe onde aperta o calo.
Para celebrar este dia que é de luta contra o câncer sugiro o belo filme Antes de Partir:
4 de fevereiro de 2012, um brinde à vida.
*Daniel Ilirian é Mestre em História e colaborador do Vermelho