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Mídias sociais: jovens falam de desemprego a nível global

As Nações Unidas lançaram esta segunda (6) um relatório intitulado “Emprego de Jovens: Perspectivas da Juventude na Busca de Trabalho Decente em Tempos de Mudança” – um documento que espelha as preocupações dos jovens, transmitidas através de média sociais.

Twiter, Facebook, correio eletrónico e outros média sociais serviram de veículo para transmitir o que pensam os jovens do emprego e desemprego, e quais as tendências globais no setor laboral.

O relatório, “Emprego de Jovens: Perspectivas da Juventude na Busca de Trabalho Decente em Tempos de Mudança”, elaborado pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas, Desa, indica que os jovens em todo o mundo estão preocupados com a falta de oportunidades de trabalho e pedem um aumento do investimento.

Crise Económica

O relatório sublinha que com a crise ecnómica, a taxa de desemprego global junto da juventude atingiu um recorde histórico em 2009. Nesse ano, 75,8 milhões de jovens ficaram sem emprego. Já em 2010 a taxa de desemprego junto dos jovens foi de 12,6 por cento, contra 4,8 por cento de desemprego mundial na população ativa adulta.

Para o Desa, os jovens são, com frequência, os primeiros a serem despedidos e os últimos a serem contratados.

Sérgio Quesada, especialista da Organização Internacional do Trabalho, OIT, explicou à Rádio ONU, de Genebra, porquê:

“Normalmente os jovens, visto que começaram não há muito tempo, não têm muita experiência no emprego, a necessidade que os empregadores têm deles não é muito grande como em relação a outras pessoas.”

Mulheres Desempregadas

O relatório indica ainda que os jovens no Médio Oriente são os mais afetados pelo desemprego, atingindo 25,5 por cento da população, contra 23,8 no Norte de África. Mas o desemprego junto das mulheres jovens chega a atingir 39,4 por cento no Médio Oriente.

Dos trabalhadores jovens empregados, 24 por cento vive com menos de 1,25 dólares por dia, o que representa um grupo de 152 milhões de pessoas.

Em África, a economia informal mantém os jovens empregados. O Brasil é o país que melhores condições oferece para este setor do mercado laboral, como explica Sérgio Quesada:

“Temos o Brasil, onde a situação é muito melhor do que no resto da América Latina. Mas, em geral, em África vemos que a taxa de desemprego dos jovens não são muito altas, o impacto da crise não é muito grande para esses países e os jovens tentam entrar na economia informal.”

Preocupações Globais

A ONU redigiu o relatório contando com a opinião dos jovens transmitida através de plataformas digitais de comunicação, como os média sociais.

Os participantes, durante quatro semanas, enviaram opiniões, experiências, recomendações e informação sobre como se preparam para ingressar e ter acesso aos mercados de trabalho. De acordo com o Desa, registaram-se mais de mil contribuições.

Os jovens também manifestaram preocupação com a qualidade e relevância da educação, realçando que com frequência verifica-se uma inadequação entre a formação oferecida e as necessidades do mercado de trabalho.

Mercados Emergentes

Outros assuntos de interesse realçados pelos jovens e incluídos no relatório incluem a vulnerabilidade do trabalho, a migração laboral, o atraso no casamento, bem como idade, género e discriminação racial.

Quanto às oportunidades de emprego, os destaques foram para os chamados empregos “verdes”, novas tecnologias e empreendedorismo, que contribuem para dar alguma “esperança” aos jovens, que também sublinham a necessidade de ser pró-ativo e manter uma visão positiva para encontrar empregos decentes.

Fonte: Rádio ONU