Economia francesa afunda; Itália dá sinais de recuperação

A produção industrial francesa caiu 1,4% no mês e chegou ao pior nível desde setembro, informou a Insee, muito mais que a contração de 0,8% prevista por economistas consultados pela agência Dow Jones Newswires.

O declínio amplo confirma que o setor industrial francês passou por um momento difícil em dezembro, quando os investidores ficaram paralisados com a incerteza nos mercados financeiros e os temores de que a França poderia perder sua nota de crédito de baixo risco, algo que finalmente ocorreu no mês passado.

Como a eleição presidencial francesa ocorrerá daqui a menos de três meses, as estratégias para manter os empregos industriais no país se tornaram um ponto de confronto crucial entre a classe política francesa.

Mesmo assim a situação melhorou e a França agora está se recuperando de uma leve crise, disse na sexta-feira o presidente do Banco da França, Christian Noyer, que descartou os temores de recessão.

"Não estamos numa leve recessão, estamos num platô", disse Noyer em entrevista à rádio Europa 1. "Temos visto sinais de que estamos prestes a decolar novamente."

O temor de uma perda generalizada de competitividade no mercado mundial foi alimentado no início da semana pelos piores dados de comércio internacional já divulgados pela França. O déficit impressionante de 69,6 bilhões de euros em 2011 veio à luz depois de notícias sobre o fechamento de 880 fábricas no país desde 2008, que resultou na perda de 100.000 empregos na indústria.

A série de más notícias forçou o governo a cortar pela metade sua previsão de crescimento para este ano, para 0,5%.

Alguns analistas dizem que a recuperação não deve ocorrer logo e a produção industrial deve continuar baixa. Enquanto isso, a Itália divulgou uma alta surpreendente na produção industrial de dezembro, alimentada pelos setores de químicos e transportes, informou na sexta-feira a agência italiana de estatísticas, a Istat.

A produção industrial do país subiu 1,4% em dezembro em relação ao mês anterior e de acordo com uma base dessazonalizada, informou a Istat, contrariando as expectativas de um declínio de 0,5% em uma pesquisa da Dow Jones Newswires. A expansão no último mês do ano significou que a produção industrial de 2011 registrou um declínio de 1,7% em relação a dezembro de 2010, descontada a diferença entre o número de dias úteis dos dois anos, informou a Istat. A expectativa era de um declínio anual de 4,6% na produção industrial.