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Greve na Polícia Civil continua, afirma dirigente do Sinpol

O Sindicato da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sinpol – RJ) realiza reunião, nesta segunda-feira (13), às 14 horas, com as lideranças dos policiais civis no para avaliar a greve deflagrada na sexta-feira (10). Em entrevista ao Vermelho, o presidente do Sinpol, Fernando Bandeira, negou o fim do movimento grevista e disse que a reunião discutirá as estratégias que a entidade traçará durante a paralisação. Categoria denuncia o desaparecimento de alguns trabalhadores.

Bandeira também informou que haverá, nesta segunda-feira (13), às 18 horas, no Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Rio de Janeiro (Sindsprev), assembleia geral unificada com representantes da polícia civil e militar e bombeiros, para decidir as ações unificadas das categorias no Rio de Janeiro.

“Essa reunião das 14 horas prevê uma avaliação mais profunda da greve desde sua deflagração. Especialmente, sobre as questões das prisões arbitrárias e ameaças que vem sendo realizadas. Nossos companheiros estão sendo presos junto com bandidos de alta periculosidade em sistemas de segurança máxima. O Sinpol repudia essas prisões”, desabafou Fernando Bandeira.

Ele acrescentou que não há diálogo com o governo do Rio e que, em protesto, o Sinpol realizou no domingo (12) manifestação na praia de Copacabana. “Reunimos polícias e familiares, especialmente as mulheres que viram seus maridos e filhos serem levados como bandidos, para mostrar nossa revolta à sociedade. O Sinpol não irá abandonar os bombeiros e nem os militares, categorias tão violentadas no Rio”, denuncia.

O presidente o Sinpol também informou que os polícias mobilizados procuraram a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) para pedir orientação sobre a validade das prisões e ajudar na soltura dos polícias e bombeiros presos. “Procuramos a OAB-RJ para pedir ajuda, sobretudo, a comissão dos Direitos Humanos, como forma de garantir condições dignas aos nossos companheiros”, finalizou Bandeira.

Direitos humanos

Maria das Graças Santos, diretora do Sindsprev e uma das organizadoras do movimento das mulheres dos policiais presos, participou da reunião com a OAB-RJ, nesta segunda-feira (13), e informou ao Vermelho que já são aproximadamente 400 policias presos durante a paralisação.

“A situação no Rio de Janeiro está caótica. Os trabalhadores estão sendo tratados como criminosos políticos. Os companheiros estão sendo isolados sem direito a nenhum contato com a família ou com um advogado. Muitos estão desaparecidos”, esclarece Maria das Graças.

Segundo ela, comissões de Direitos Humanos da OAB-RJ e da Assembleia Legislativa seguiram, às 13h, para os presídios com o objetivo de localizar os policiais detidos e avaliar as condições de permanência. “Temos notícia de que o companheiro [Benevenuto] Daciolo, que está preso no Bangu 1, não se alimenta desde sua prisão, está fazendo greve de fome em protesto as reprimendas sofridas pela mobilização dos policiais e bombeiros”, diz Maria das Graças.

Joanne Mota, da Redação do Vermelho