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Kassab: "Se Serra for candidato, nós apoiaremos”

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), procurou a direção do PT paulistano nesta quinta-feira (16) para tratar sobre a possível candidatura do José Serra (PSDB). Segundo Kassab, caso o tucano decida efetivamente entrar na disputa pela Prefeitura de São Paulo terá seu apoio.

"Se ele for candidato, nós apoiaremos. Todos sabem, não há novidade. A questão José Serra junto à nossa administração é muito específica, é clara, é pública", disse.

A informação frustra as negociações entre o PT e PSD — que pretendiam unir o ex-ministro da Educação Fernando Haddad a um vice indicado por Kassab na mesma chapa.

Após reiterar publicamente que não deveria participar do pleito municipal, o candidato tucano — derrotado nas eleições de 2002 e 2010 à Presidência da República — voltou atrás e iniciou articulações internas para viabilizar sua candidatura. Kassab disse ter "dever de lealdade" com o tucano, a quem sucedeu na Prefeitura no início de 2006.

Em entrevista na manhã desta sexta (17) à rádio CBN, o presidente estadual do PT, Edinho Silva, confirmou a informação de que Kassab havia procurado o partido para tratar do apoio a Serra. Segundo ele, o PT não pode "se mover de acordo com o adversário", mas ponderou que uma candidatura do tucano muda o quadro eleitoral na cidade.

"A entrada de Serra reunifica o campo mais conservador da política paulistana, o que vai exigir do PT uma outra estratégia", afirmou. O dirigente petista reafirmou, no entanto, o interesse de sua sigla em ainda compor uma aliança com o PSD.

Netinho de Paula

Em entrevista ao Vermelho, o vereador Netinho de Paula — pré-candidato do PCdoB — disse que a possível participação de Serra no pleito não muda o posicionamento do Partido nas eleições paulistanas. Ele afirmou ainda que, até o momento, o PT não procurou o PCdoB para qualquer tipo de alinhamento político municipal.

“É importante as pessoas saberem que não é uma decisão do PSD ou do PT que irá mover o que o PCdoB está decidido a fazer. O PCdoB não vai a reboque de nenhum partido”. Netinho reiterou que o lançamento de candidaturas majoritárias nas principais capitais do país integra uma orientação do próprio Comitê Central do Partido.

Ele falou que a aproximação de Kassab com o PT foi vista com certo “espanto” pelo Partido, já que originalmente o discurso de Kassab ao fundar o PSD foi o de criar uma “nova via política” — o que incluía as eleições em SP. “Estamos muito tranquilos com toda essa movimentação. Víamos com certo espanto essa aproximação do Kassab com o PT porque tudo que fizemos em São Paulo — inclusive a decisão de participar da administração municipal — era no sentido de criar uma terceira via. Acho que o PCdoB, assim como o PMDB e o PRB está procurando ser essa terceira via na cidade”.

“Temos buscado muito apoio e seguido as orientações do presidente nacional do Partido, Renato Rabelo, que tem mantido constantemente conversas com lideranças partidárias em Brasília. Temos suestentado uma conversa muito boa com o PRB e também com o PMDB — no sentido de mantermos a nossa candidatura e lá na frente, quem sabe, formarmos uma aliança com aqueles que estiverem melhores posicionados”.

Sobre a decisão de continuar ou não, na administração municipal, Netinho disse que a participação do PCdoB na Prefeitura é pontual. “Nossa participação foi muito pensada e debatida, inclusive com o próprio Kassab. Participamos de maneira pontual da Secopa [Secretaria Especial de Articulação para a Copa do Mundo de Futebol de 2014], ligada ao Ministério do Esporte. Não devemos nos negar a ajudar a cidade onde temos maestria. Portanto, deixar de participar da Secopa porque o Kassab está com o Serra, com o PT ou com quem quer que seja seria uma irresponsabilidade que não é característica do PCdoB. O compromisso do PCdoB é com a população”.

Da redação,
Mariana Viel, com informações da Folha