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Na contramão da OCDE, IIF advoga estímulo ao crescimento já

O Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês) instou as autoridades europeias a darem suporte ao crescimento da região no curto prazo, que é ameaçado em função dos programas de arrocho fiscal impostos pela troika para reduzir o nível da dívida. A ideia vai na contramão de um relatório da OCDE, divulgado hoje, que respalda as medidas ditadas pelo FMI, BCE e UE.

Embora as autoridades nos 17 Estados-membros da zona do euro tenham feito progressos em enfrentar a crise da dívida, as medidas de austeridade em curso vão primeiro deprimir o crescimento que já é “insuficiente”, afirmou o diretor-gerente do IIF, Charles Dallara, em uma carta enviada ao ministro das Finanças do México, José Antonio Meade, que vai presidir o encontro os ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos G-20 – que reúne as maiores economias do mundo – neste fim de semana.

“Atenuar o impacto da austeridade fiscal é fundamental: os países que têm espaço fiscal para permitir que os ajustes sejam mais graduais devem tirar proveito disso”, escreveu Dallara, cuja organização representa mais de 450 firmas financeiras.

“Um impulso mais forte para o crescimento também poderá ser alcançado por movimentos em direção à mutualização do encargo fiscal para ajudar os membros mais fracos da zona do euro a lidar com os ajustes e reformas estruturais tão necessários”, diz a carta.

O encontro dos ministros das Finanças e presidentes dos Banco Centrais do G-20 na Cidade do México ocorre quatro dias depois que os governos da zona do euro sancionaram um pacote de ajuda de 130 bilhões de euros (US$ 175 bilhões) para a Grécia e em meio a alertas do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que as preocupações sobre a sustentabilidade da dívida pode arrastar o mundo para outra recessão. O FMI prevê que a economia da zona do euro vai encolher 0,5% este ano.

Embora reclamando medidas que estimulam o crescimento e alertando para o caráter recessivo do arrocho fiscal realizado com o propósito de reduzir a dívida, o documento da IIF não critica o pacote grego. “Todo o pacote para a Grécia vai reduzir a incerteza e facilitar o retorno tão necessário da confiança e do crescimento econômico”, disse Dallara, que negociou um acordo de troca da dívida em nome dos portadores de bônus privados. “Também foram alcançados importantes progressos no enfrentamento de outros aspectos dos problemas da dívida soberana da Europa”, diz a carta.

Com informações do Valor