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Terceirizados do 190 dão trégua e voltam ao trabalho nesta quinta

Os atendentes de teleatendimento da Central Integrada de Atendimento e Despacho da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (Ciade), que cruzaram os braços nesta quarta-feira (29) para reivindicar o pagamento de salários e benefícios atrasados, retomarão suas atividades amanhã. A trégua foi dada depois que o Secretário de Administração Pública do Governo do Distrito Federal (GDF), Wilmar Lacerda, interveio. Uma reunião está marcada para quinta-feira, às 11h.

Ele sugeriu que a empresa terceirizada, que está apresentando problemas, seja substituída. A substituição seria pela segunda colocada no processo de licitação. Os postos de trabalho dos atuais trabalhadores seriam mantidos.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Distrito Federal (Sinttel-DF), a empresa Fiança tem realizado pagamentos com atrasos há cerca de três anos aos 200 atendentes, responsáveis pelo atendimento do serviço 190 (Polícia Militar), 193 (Bombeiros) e 199 (Defesa Civil), no DF. A situação piorou desde o mês passado, quando deixaram de ser pagos os rendimentos referentes à janeiro.

“Os trabalhadores decidiram voltar ao trabalho amanhã (1º) depois da intervenção do secretário de Administração. Faremos a reunião com ele e também iremos ao Ministério Público do DF,na sexta, para tentar pedir que a Justiça determine que o pagamento feito pelo governo ocorra direto aos funcionários. Só depois disso faremos uma nova assembleia para decidir quais os próximos passos”, explicou José Goudim, vice-presidente do Sinttel-DF.

Goudim lembrou a precarização da categoria, que é terceirizada e demanda regulamentação urgente. “Geralmente são jovens que têm seu primeiro emprego e se submetem às condições de trabalho exaustivo, quase escravo, permanecendo longas horas sentados. Neste caso, do GDF, são trabalhadores mais qualificados por conta do tipo de ligação que recebem”, explicou Gudim. O salário do atendente para esse serviço especializado é de R$ 700 (bruto).

No dia 10 de fevereiro os operadores fizeram uma paralisação “de advertência” por conta dos atrasos. A Fiança foi procurada, mas não foi localizada.

Já a secretaria de Administração Pública do GDF explicou que o titular da pasta não é o responsável pelos contratos com as terceirizadas, mas que, por ter sido dirigente sindical, se sensibilizou com a causa e marcou uma reunião com os trabalhadores para ouvir as reivindicações e repassar a pasta responsável, que é a de Planejamento.

Mesmo sem os terceirizados, o governo disse que a população não foi prejudicada. O GDF disse que as cerca de 12 mil ligações feitas ao dia, em média, estão sendo atendidas por um efetivo da PM, sem prejuízo da segurança nas ruas.

De São Paulo
Deborah Moreira